Campos Neto vai divulgar carta para justificar inflação acima da meta em 2022
Será o segundo ano seguido que o presidente do Banco Central vai precisar se explicar por ter estourado o teto da meta
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, terá que escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por ter descumprido a meta de inflação de 2022, que terminou o ano passado em 5,79%, acima da meta de 3,5%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais e para menos.
Para que não precisasse se justificar, o índice deveria ficar em, no máximo, 5%. Este é o segundo ano seguido que a autoridade monetária precisa se explicar por não ter entregado a inflação na meta.
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A data e o horário da divulgação não foram definidos, mas o BC costuma publicar o documento no mesmo dia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, que traz o índice fechado do ano, à tarde – no ano passado foi por volta de 16h30.
Segundo divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação ficou em 0,62% em dezembro, acima do teto das projeções colhidas pelo Valor Data, que iam até 0,61%.
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Em junho, o mercado chegou a estimar 8,89% para 2022, mas os cortes de impostos para baratear combustíveis e outros itens com preços monitorados fizeram com que as expectativas caíssem.
Campos será o segundo presidente do BC a ter que se justificar duas vezes seguidas. Antes dele, apenas Henrique Meirelles escreveu a carta em dois anos consecutivos – 2002 e 2003, quando a inflação alcançou 12,53% e 9,30%, respectivamente.
Até o momento foram escritas seis cartas, apenas em 2017 por ter ficado abaixo do piso, na gestão de Ilan Goldfajn, todas as outras por ter ultrapassado o limite máximo.