Campos Neto diz que Argentina está surpreendendo: ‘Diminuiu muito o prêmio de risco por lá’

Para o presidente do BC, país vizinho apresenta crescimento acima do esperado na esteira de um processo de contração fiscal

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que a economia da Argentina está surpreendendo ao apresentar crescimento acima do esperado na esteira de um processo de contração fiscal.

“Como você diminui muito o prêmio de risco, isso está valendo mais do que o dinheiro que tirou de circulação por ter feito a contração. Os números recentes mostram que começou a ter crescimento acima do esperado”, disse em evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

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Campos Neto falava sobre os diferentes efeitos que as políticas fiscais podem ter sobre a economia, a depender da percepção dos agentes. “Há situações em que a tentativa de fazer a economia crescer via pacote fiscal tem efeito contrário”, afirmou.

Futuro de Campos Neto

Questionado sobre o que fará após deixar o Banco Central, Roberto Campos Neto disse apenas que provavelmente será algo ligado à tecnologia e finanças.

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Além disso, o presidente do BC foi interpelado sobre o efeito que a alta da Selic pode ter sobre determinados setores econômicos. Ele disse que, muitas vezes, o aperto monetário gera queda nas taxas longas, o que beneficia as atividades.

“Temos tentado comunicar que se tivermos credibilidade na alta, os juros longos caem.”

Campos Neto voltou a dizer que o país precisa de um “choque positivo” que faça com que os agentes econômicos acreditem que a dívida vai se estabilizar.

“Reconhecemos que o ministro [Fernando] Haddad tem feito um esforço enorme e precisamos ter anúncio [de corte de gastos] nessa direção.”

Já sobre a discussão acerca da jornada 6 x 1, Campos Neto voltou a dizer “mais deveres aos empregadores não significa mais direitos aos trabalhadores”. “Isso vai na direção contrária da modernização do trabalho”, acrescentou.

Com informações do Valor Econômico

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