Lucro da Caixa cai quase 40% no 4º tri; provisões contra calote disparam

Sem citar a diretamente a Americanas, o banco público diz que provisionou 50% da exposição à varejista

Agência da Caixa Econômica Federal (Imagem: Caixa Econômica Federal/Divulgação)
Agência da Caixa Econômica Federal (Imagem: Caixa Econômica Federal/Divulgação)

A Caixa Econômica Federal registrou lucro recorrente de R$ 2,0 bilhões no quarto trimestre de 2022, segundo comunicado referente ao balanço divulgado na noite de quarta-feira (23). O número foi 38,0% menor quando comparado ao terceiro trimestre e 37,8% abaixo do resultado do quarto trimestre de 2021. Em 2022, o resultado totalizou R$ 9,8 bilhões, redução de 43,4%.

O balanço divulgado se refere aos últimos três meses de gestão da economista Daniella Marques no comando da instituição financeira. Hoje, o banco é comandado por Rita Serrano, indicada pela gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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A carteira de crédito do banco atingiu R$ 1,0 trilhão, com alta de 2,3% no trimestre e 16,7% em um ano. Somente no último trimestre foram concedidos R$ 123,9 bilhões em crédito, crescimento de 7,2% em 12 meses. A inadimplência ficou em 2,09% no último trimestre do ano passado, ante 1,94% no terceiro trimestre e 1,95% no quatro trimestre de 2021.

“A margem financeira alcançou R$ 15,0 bilhões no quarto trimestre, crescimento de 30,3% em relação ao quarto trimestre de 2021, valor decorrente de bons desempenhos nas receitas com operações de crédito, no resultado com operações de Títulos e Valores Mobiliários (TVM) e derivativos, bem como no resultado de aplicações interfinanceiras de liquidez”, diz o banco.

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Despesas de provisão para devedores duvidosos têm alta forte

A Caixa informou que as despesas de provisão para devedores duvidosos (PDD) tiveram alta de 70,0% no trimestre e 67,5% em um ano, para R$ 4,938 bilhões no quarto trimestre. O índice de cobertura caiu para 219%, de 231,5% no terceiro trimestre e 229,2% no quarto trimestre de 2021.

O índice de inadimplência geral da Caixa subiu para 2,09% no quarto trimestre, de 1,94% no terceiro e 1,95% no quarto trimestre de 2021. Na carteira comercial, a inadimplência saltou para 4,41%, de 3,50% e 3,78%, na mesma base de comparação.

No imobiliário, caiu para 1,70%, de 1,73% e 1,67%, respectivamente. No agro, passou para 0,36%, de 0,23% e 0,47%. E em infraestrutura ficou em zero, de 0,40% e 0,07%.

Considerando os recursos livres, a inadimplência em pessoa jurídica subiu para 3,75% no quarto trimestre, de 3,19% no terceiro e 3,52% no quarto trimestre de 2021. Em pessoa física com recursos livres, passou para 3,60%, de 3,66% e 4,07%.

Caso Americanas

A Caixa reconheceu ainda no seu balanço do quarto trimestre impactos de evento subsequente divulgado na mídia em janeiro de 2023, relativo a caso específico de grupo de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial. Apesar de o banco não citar nominalmente, trata-se da Americanas.

A Caixa diz que reforçou a provisão para créditos de liquidação duvidosa, que alcançou o montante de R$ 249 milhões, que representa o provisionamento de 50% da carteira em virtude da deterioração do risco de crédito. A exposição da Caixa à varejista era de R$ 501 milhões.

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