Caixa e Banco do Brasil também suspendem consignado do INSS após corte no teto de juros

As instituições avaliam que a nova taxa torna a operação inviável economicamente

Agência Banco do Brasil (BBAS3), em São Paulo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Agência Banco do Brasil (BBAS3), em São Paulo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil também suspenderam a oferta de crédito consignado para beneficiários do INSS, segundo apurou o Valor. A decisão foi tomada na noite desta quinta-feira, três dias depois de o Ministério da Previdência reduzir o teto de 2,14% para 1,70%.

Antes, alguns bancos privados já tinham suspendido a operação, sob o argumento de que ela seria inviável economicamente com as novas taxas. Agora, os dois bancos públicos decidiram ir na contramão da decisão do governo – Caixa e BB têm 11% do mercado.

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Na terça-feira, o Ministério da Previdência informou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teriam dado aval à mudança. Ontem, no entanto, o Valor mostrou que membros da equipe econômica negaram a informação, dizendo nos bastidores que foi exatamente o contrário – tentaram sensibilizar o ministro Carlos Lupi de que o corte poderia levar ao efeito reverso.

Até a quinta, no entanto, não havia uma pré-disposição da Previdência de retornar os juros aos patamares anteriores. Uma mudança na regra recém-alterada, no entanto, depende do mesmo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), que aprovou a redução do teto por 12 votos a três. Segundo dados da pasta, 14,5 milhões de aposentados já haviam tomado o empréstimo em algum momento.

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Dados do Banco Central indicam que há uma oferta média mensal, nos últimos 12 meses, de R$ 5,2 bilhões em crédito consignado aos aposentados. Ainda assim, o total concedido vem caindo desde 2020, de acordo com o órgão – uma queda de 46% em dois anos.

No entendimento dos bancos, com a nova taxa, beneficiários do consignado serão excluídos da operação, já que será preciso priorizar aposentados de maior renda e mais novos – isso porque a legislação determina que, em caso de falecimento, não há mais dívida a ser paga, com o risco ficando para as instituições financeiras.

Com a exclusão, os aposentados preteridos teriam de recorrer a outras linhas não consignadas, que podem chegar a 20% ao mês.

Há dois dias, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República havia postado a decisão em seu site. Agora, o link se encontra indisponível.

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