Braço europeu do maior banco russo quebra

Regulador determina falência do Sberbank Europa, sediado na Áustria, após corrida de clientes para saques. Ações derretem

Sede europeia Sberbank, em Viena: Sanções contra bancos russos levaram a uma corrida aos bancos até fora da Rússia
Sede europeia Sberbank, em Viena: Sanções contra bancos russos levaram a uma corrida aos bancos até fora da Rússia

As sanções financeiras impostas à Rússia fizeram sua primeira vítima. O braço europeu do maior banco russo, o Sberbank, quebrou, após uma corrida de clientes para sacar dinheiro. A filial europeia é sediada na Áustria e será liquidada. Unidades na Croácia e na Eslovênia foram vendidas para bancos concorrentes locais.

O destino do Sberbank na Europa foi anunciado pelo Single Resolution Board (SRB), que regula falências de instituições financeiras na zona do euro na noite de terça-feira. As ações do Sberbank caíam mais de 90% na Bolsa de Londres hoje. O mercado acionário em Moscou continua fechado nesta quarta-feira.

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O Sberbank é controlado pelo Estado russo e é o maior credor do país. Por meio de sua filial europeia, o banco está presente em oito nações no continente: Alemanha, Áustria, Croácia, República Tcheca, Hungria, Eslovênia, Sérvia e Bósnia Herzegovina.

São 800 mil clientes, entre pessoas físicas e empresas, no Leste Europeu e na Europa Central, e 4 mil funcionários.

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Na segunda-feira (28), autoridades europeias haviam dito que a divisão europeia do Sberbank estava sob risco de falência iminente.

Garantia dos depósitos

Embora o Sberbank Europa tenha subsidiárias em oito países, a solução para cada uma dessas unidades não será a mesma. Na República Tcheca, também houve declaração de insolvência da filial. Já na Hungria, as operações do banco estão congeladas até uma decisão final do regulador húngaro.

Enquanto as autoridades buscam uma solução, o banco russo publicou comunicado em que afirma que vai se retirar do mercado europeu. Segundo a instituição, as unidades na Europa tiveram de lidar com “saídas irregulares de fundos e ameaças à segurança de seus funcionários e agências”, diz a nota.

O Sberbank afirmou que “os fundos dos clientes estão garantidos, de acordo com as legislações locais”. Na Áustria, por exemplo, o governo local garante depósitos de até 100 mil euros.

Bancos ‘sob estresse’

O banco esclareceu ainda que a filial da Suíça não será afetada pela decisão das autoridades europeias e que continua funcionando normalmente, pois ela não integra o grupo Sberbank Europa. Na Rússia, o banco também continua operando.

É a seguda vez que o Single Resolution Board determina o destino de uma instituição financeira desde que foi criado, em 2015. No ano de 2017, ele estabeleceu que o Banco Popular, na Espanha, deveria ser vendido para o Santander, após apresentar dificuldade financeira.

Perguntada se outros bancos russos que atuam na Europa poderiam seguiir o mesmo caminho que o Sberbank, Elka König, presidente do SRB, disse que o sistema financeiro na zona do euro era estável “por enquanto”, mas que “claramente os bancos controlados pela Rússia estavam sob estresse”.

Com informações de O Globo.

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