Bitcoin ainda está longe de proteger contra inflação, dizem especialistas

Especialistas apontam que mercado cripto ainda está 'na primeira infância' e pode levar décadas para se consolidar

Confira o preço do bitcoin e outras criptomoedas - Foto: Pixabay
Confira o preço do bitcoin e outras criptomoedas - Foto: Pixabay

O ideal do bitcoin em ser um ativo de proteção contra inflação ou o “ouro digital” ainda está longe de se tornar uma realidade, principalmente em um momento em que a liquidez provida pelos bancos centrais levou os recursos para os ativos de risco. Por ora, as criptomoedas ainda são consideradas ativos de risco, ainda que não se tenha determinado se são commodities ou valores mobiliários, e vivem um momento de especulação.

As observações foram feitas no painel “Crypto: the new kid on the block – O surgimento de uma nova classe de ativos”, na XP Expert, que contou com a apresentação de William Knottenbelt, diretor sênior da CME, a bolsa de mercadorias e futuros dos Estados Unidos, e Fernando Ulrich, líder de Educação na Liberta Investimentos.

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Knottenbelt afirmou que, apesar de as regulamentações sobre o mercado de criptomedas estarem avançando no mundo todo, inclusive nos EUA, “ainda se discute a classe de ativo para o bitcoin, se é commodity, se é valor mobiliário.”

“Ainda é cedo para dizer se é proteção contra inflação. O tempo vai dizer”, disse. “Cripto ainda está na primeira infância.” Além disso, ele lembrou que um ciclo de inflação como o atual não ocorre desde a década de 1980. “Não dá para ter certeza sobre para onde o mercado vai, mas já instituímos preços de referência na CME.”

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Ulrich também destacou que cripto é um mercado recente, entendido como ativo de risco que pode, no momento em que atingir sua maturidade vir a servir como hegde (proteção) para investimentos no futuro, “mas não agora”. “No momento, o ativo [bitcoin] sofre, há bolhas no mercado. Vai sobreviver, mas com várias correções no caminho”, ressalta.

Ulrich apontou que os defensores do bitcoin apontam o aspecto anti-inflacionário da cripto, a partir do conceito de escassez, já que serão apenas 21 milhões de bitcoin em circulação. “Mas ainda é a oferta e demanda que definem o preço. Se ninguém quiser comprar, o preço vai cair a zero”, afirmou. “Preço não é igual à quantidade de bitcoin existente. Até a confiança se consolidar e o bitcoin for entendido como proteção contra inflação pode levar 50 anos. Tem potencial para ser o ouro digital, mas ainda não é.”

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