Binance socorre rival FTX no maior negócio do segmento de ativos digitais

Corretora de criptoativos enfrentava problemas de liquidez desde o domingo

(Foto: Art Rachen/Unsplash)
(Foto: Art Rachen/Unsplash)

A Binance, maior corretora de criptoativos do mundo, chegou a um acordo para comprar a rival FTX, que enfrentava problemas de liquidez desde o domingo. O negócio representa a maior iniciativa de consolidação já vista pelo segmento de ativos digitais, que vive forte retração desde o auge no final do ano passado.

Os termos do acordo não foram divulgados. Segundo Sam Bankman-Fried, CEO da FTX, a combinação das duas corretoras não afeta as operações da Binance e da FTX nos EUA, país em que juntas teriam uma participação de mercado relevante e que poderiam ser alvo de restrições de órgãos de defesa da concorrência.

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A Binance informou que chegou a uma proposta não vinculante com a FTX, o que significa que poderá desistir do negócio sem prejuízo entre as partes. A FTX deverá passar por um processo de “due diligence” para avaliação dos ativos.

A FTX é a sétima maior corretora de criptoativos do mundo e, até então, despontava como uma consolidadora desse mercado, socorrendo startups do setor que passavam por dificuldades financeiras. O dono da FTX, Sam Bankman-Fried chegou a ser comparado com o banqueiro John Pierpont Morgan pelo resgate da crise bancária de 1907. Segundo a Bloomberg, Bankman-Fried tem uma fortuna avaliada em US$ 15,4 bilhões, enquanto CZ soma cerca de US$ 18,9 bilhões.

A crise de liquidez da FTX começou no domingo, quando o CEO da Binance, Changpeng Zhao, conhecido como CZ, foi ao Twitter dizer que iria vender os tokens nativos que detinha da rival FTX, do bilionário Sam Bankman-Fried, atribuindo a decisão a “revelações recentes”, sem explicitar quais seriam essas revelações. Uma reportagem do site “Coindesk”, do início do mês, afirmava que a Alameda, uma das empresas do grupo de Bankman-Fried, tinha a maior parte de suas reservas em tokens da FTX, chamados FTT.

Além de fazer o valor dos tokens da FTX desabar, o caso levou outros investidores a desconfiarem da saúde financeira da FTX e a pedirem resgate de outros ativos digitais mantidos na corretora. Apenas em ether, moeda da Ethereum, a FTX teria tido resgates da ordem de 300 mil (US$ 471,3 milhões), segundo a CryptoQuant, que pesquisa volumes nas blockchains.

O negócio foi divulgado pelo próprio CEO da Binance, Changpeng Zhao, conhecido como CZ, por meio do Twitter. Os termos do acordo não foram divulgados. “Para proteger os usuários, assinamos uma proposta não vinculativa, com a intenção de adquirir totalmente a FTX.com e ajudar a cobrir a crise de liquidez”, disse CZ em um tuíte.

“Um grande obrigado a CZ, Binance e todos os nossos apoiadores”, disse Bankman-Fried, CEO da FTX.com, no Twitter. “Nossas equipes estão trabalhando para liberar o problema com os resgates. Isso eliminará a crise de liquidez e todos os ativos serão cobertos integralmente”, disse. “Esta é uma das principais razões pelas quais pedimos à Binance para entrar.”

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