BC: Provisões relacionadas à Americanas afetaram rentabilidade do Sistema Financeiro Nacional
A autoridade monetária destacou ainda que 'eventos pontuais em empresas de grande porte' geraram uma deterioração nos preços de ativos no mercado de títulos privados
O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central destacou, na ata de sua última reunião, que uma parcela significativa das provisões realizadas nos balanços dos bancos no último trimestre de 2022 decorre de “evento específico relacionado a empresa de grande porte”, em referência ao caso das Americanas.
O rombo na varejista foi divulgado em 11 de janeiro deste ano, mas as provisões – que são recursos mantidos em caixa para assegurar operações – de instituições financeiras credoras das Americanas já apareceram nos balanços do último trimestre de 2022.
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“Essas provisões respondem por porção relevante do recuo da rentabilidade anual do SFN [sistema financeiro nacional] e já absorveram a maior parte da materialização do risco”, diz a ata do Comef, divulgada nesta quinta-feira (9).
“O Banco Central estimou o impacto potencial remanescente, acrescido de um cenário de contágio sobre toda a cadeia de produção e fornecimento que depende da empresa de forma relevante. Nesse cenário extremo, o impacto para o SFN consolidado é insignificante e não se verificaria desenquadramento de capital em qualquer instituição financeira”, avaliou o Comef.
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Segundo o comitê, as provisões “mantiveram-se adequadas” e acima das estimativas de perdas esperadas. “O aumento das provisões está condizente com a maior materialização de risco, decorrente do crescimento do crédito em modalidades mais arriscadas, do aumento do comprometimento de renda das famílias, da redução da capacidade de pagamento de micro e pequenas empresas e de casos pontuais em empresas de grande porte”, destacou.
Para o BC, a “materialização de risco”, quando o cliente não honra o contrato, deve permanecer elevada no médio prazo, “mas critérios mais restritivos nas concessões recentes têm colaborado para arrefecer o crescimento dos ativos problemáticos no crédito às famílias”.
Por Larissa Garcia