BC: Provisões relacionadas à Americanas afetaram rentabilidade do Sistema Financeiro Nacional

A autoridade monetária destacou ainda que 'eventos pontuais em empresas de grande porte' geraram uma deterioração nos preços de ativos no mercado de títulos privados

Sede do BC: uma de suas funções é ser o “banco dos bancos" - Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Sede do BC: uma de suas funções é ser o “banco dos bancos" - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central destacou, na ata de sua última reunião, que uma parcela significativa das provisões realizadas nos balanços dos bancos no último trimestre de 2022 decorre de “evento específico relacionado a empresa de grande porte”, em referência ao caso das Americanas.

O rombo na varejista foi divulgado em 11 de janeiro deste ano, mas as provisões – que são recursos mantidos em caixa para assegurar operações – de instituições financeiras credoras das Americanas já apareceram nos balanços do último trimestre de 2022.

Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

“Essas provisões respondem por porção relevante do recuo da rentabilidade anual do SFN [sistema financeiro nacional] e já absorveram a maior parte da materialização do risco”, diz a ata do Comef, divulgada nesta quinta-feira (9).

“O Banco Central estimou o impacto potencial remanescente, acrescido de um cenário de contágio sobre toda a cadeia de produção e fornecimento que depende da empresa de forma relevante. Nesse cenário extremo, o impacto para o SFN consolidado é insignificante e não se verificaria desenquadramento de capital em qualquer instituição financeira”, avaliou o Comef.

Últimas em Economia

Segundo o comitê, as provisões “mantiveram-se adequadas” e acima das estimativas de perdas esperadas. “O aumento das provisões está condizente com a maior materialização de risco, decorrente do crescimento do crédito em modalidades mais arriscadas, do aumento do comprometimento de renda das famílias, da redução da capacidade de pagamento de micro e pequenas empresas e de casos pontuais em empresas de grande porte”, destacou.

Para o BC, a “materialização de risco”, quando o cliente não honra o contrato, deve permanecer elevada no médio prazo, “mas critérios mais restritivos nas concessões recentes têm colaborado para arrefecer o crescimento dos ativos problemáticos no crédito às famílias”.

Por Larissa Garcia

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS