BC: Elevação de 1 ponto na Selic por 12 meses eleva dívida em R$ 38 bilhões
Desvalorização do câmbio, inflação e Selic de longo prazo são as principais variáveis que podem estagnar o crescimento brasileiro
O Banco Central (BC) atualizou nesta terça-feira as elasticidades das dívidas líquida e bruta do setor público a seus principais indexadores. Ao registrar os indicadores, a autoridade observou queda na dívida líquida do setor público e do superávit primário em 12 meses.
Para a dívida líquida, a desvalorização de 1% do câmbio leva a uma queda imediata de 0,07 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 7,1 bilhões. Para cada aumento de 1 ponto percentual da Selic mantida por 12 meses, há elevação da dívida de 0,40 ponto, ou R$ 40,1 bilhões. Já um aumento de 1 ponto na inflação mantido por 12 meses eleva a dívida em 0,18 ponto, ou R$ 17,5 bilhões.
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No caso da dívida bruta, a desvalorização de 1% do câmbio gera alta imediata de 0,09 ponto, ou R$ 9,3 bilhões.
Para cada elevação de 1 ponto da Selic mantida por 12 meses, por sua vez, há elevação de 0,38 ponto da dívida, ou R$ 38,0 bilhões. Já cada aumento de 1 ponto na inflação mantido por 12 meses eleva a dívida em 0,18 ponto, ou R$ 17,4 bilhões.
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BC: Dívida líquida do setor público cai para 56,6% do PIB
A dívida líquida do setor público não financeiro caiu 0,9 ponto percentual em janeiro em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), para 56,6%, somando R$ 5,614 trilhões.
Conforme o BC, a variação mensal refletiu, sobretudo, o superávit primário, que contribuiu com redução de 1,0 ponto, o efeito da variação do PIB nominal, queda de 0,5 ponto e a variação da paridade da cesta de moedas que integram a dívida externa líquida, 0,3 ponto.
Em contrapartida, a valorização do câmbio de 2,3% aumentou a dívida em 0,3 ponto e os juros nominais apropriados em 0,5 ponto. Com as reservas internacionais, o Brasil é credor em moeda estrangeira e, por isso, a queda do dólar frente ao real aumenta a dívida líquida.
BC: Setor público consolidado tem superávit primário de R$ 99,013 bilhões em janeiro
O superávit primário do setor público consolidado foi de R$ 99,013 bilhões em janeiro. No mesmo período de 2022, o setor fechou janeiro com resultado superavitário de primário de R$ 101,833 bilhões.
Os dados do setor público consolidado envolvem governo central (formado por Previdência e Tesouro, além do próprio BC), Estados, municípios e estatais. Ficam fora da conta empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, além de bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Já o superávit nominal registrado pelo setor público consolidado, considerando o pagamento de juros, foi de R$ 46,692 bilhões em janeiro, de acordo com o Banco Central (BC). Um ano antes o resultado havia sido positivo em R$ 84,061 bilhões.
Estatais têm déficit de R$ 2 bilhões, diz BC
O resultado nominal de novembro refletiu um superávit primário de R$ 99,013 bilhões e uma conta de juros de R$ 52,320 bilhões.
Em 12 meses até janeiro, por sua vez, o déficit nominal alcançou R$ 497,802 bilhões, o equivalente a 5,02% do Produto Interno Bruto (PIB). Em dezembro, estava negativo em 4,68% do PIB. A conta de juros no mesmo período somou R$ 620,975 bilhões, ou 6,26% do PIB, vinda de 5,96% em dezembro.
O resultado de janeiro refletiu um superávit do governo central de R$ 79,405 bilhões e um superávit de R$ 21,772 bilhões dos Estados e municípios. As estatais tiveram déficit de R$ 2,164 bilhões.
Em 12 meses até janeiro, por sua vez, o superávit alcançou R$ 123,173 bilhões, o equivalente a 1,24% do Produto Interno Bruto (PIB). Em dezembro, o superávit estava em 1,28% do PIB.