Banco Central deve assegurar estabilidade de preços, diz indicado para diretoria
Economista Renato Dias de Brito Gomes foi sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado
O economista Renato Dias de Brito Gomes afirmou nesta terça-feira na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que o Banco Central (BC) deve “assegurar a estabilidade de preços”. Ele foi indicado pelo governo federal para ocupar a diretoria de organização do sistema financeiro e resolução do BC, cargo para o qual está sendo sabatinado.
“Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, [o BC] também deve zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego”, disse.
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Segundo ele, o Brasil “encontra-se num momento de recuperação após a crise sanitária, que ceifou a vida e subtraiu o pão de tantos brasileiros”. “Vários fatores determinarão o nosso êxito. Um deles é o bom funcionamento da intermediação financeira, ou seja, os mercados de crédito, pagamentos e de capitais”, disse.
Gomes lembrou que “o setor de pagamentos atraiu a atenção dos brasileiros com o lançamento do Pix”, que “já gerou enormes ganhos de eficiência e de inclusão financeira, e deve continuar gerando, provavelmente reduzindo em pontos percentuais do PIB (Produto Interno Bruto) o custo agregado de se realizar e receber pagamentos no Brasil”. “Efeito similar espera-se do open banking, ou sistema financeiro aberto”, disse.
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De acordo com Gomes, ao permitir o compartilhamento de dados, o open banking “tem potencial para ampliar a competição no sistema financeiro, expandir o mercado de crédito brasileiro e reduzir o spread bancário, fim nobre, mas elusivo de tantas políticas públicas”.
“Tais iniciativas são também geradoras de inclusão, trazendo a intermediação financeira a brasileiros antes privados do enorme potencial destes serviços”, afirmou. “Isso só é possível graças a políticas públicas que incentivam a inovação, reduzindo custos e favorecendo a entrada de novos competidores.”
O economista ainda disse que “a experiência recente” confirma que o “poder disruptor da tecnologia” pode “servir como um indutor de concorrência sem precedentes”.