FMI condiciona acordo com Argentina a uma política fiscal mais sustentável e avanço de reservas

Entre os pilares está o compromisso de manter os juros os reais para sustentar a demanda pelo peso argentino e lidar com a inflação elevada

Pedestre caminha por rua na Argentina. Foto: Agustin Marcarian/Reuters

O acordo firmado entre a equipe técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Argentina, anunciado nesta sexta-feira (28), está condicionado ao cumprimento de uma série de metas econômicas, que buscam reconstruir as reservas de moeda estrangeira e fortalecer a sustentabilidade fiscal do país.

Em comunicado, o FMI defende que os argentinos devem adotar medidas que preservem a estabilidade e lidem com desequilíbrios estruturais, com objetivo de assegurar um crescimento econômico mais sólido, resiliente e inclusivo no médio prazo.

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Entre os principais pilares do acordo, Buenos Aires deve trabalhar pelo “fortalecimento e harmonização” do regime cambial e já anunciou um plano para incentivar a liquidação de exportações e conter importações, de acordo a nota.

As autoridades concordaram ainda em manter juros os reais para sustentar a demanda pelo peso argentino e lidar com a inflação elevada.

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“Além disso, a política monetária continuará sendo um instrumento fundamental para conter as pressões do mercado, com intervenções nos mercados de câmbio paralelo e de futuros focadas em lidar com condições desordenadas”, destaca a nota.

Na área fiscal, a meta é de que o déficit primário seja de 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim deste ano, o que demandará um aperto apoiado por ações de receita e despesas, ao mesmo tempo em que programas de infraestrutura e sociais são protegidos.

Esforços ainda são necessários para conter o crescimento da massa salarial, atualizar tarifas de energia e empreender uma assistência social mais direcionada, afirma o FMI,

Do lado da receita, os novos impostos sobre o acesso ao câmbio para bens e serviços importados e as novas medidas para mobilizar a liquidação das exportações ajudarão a compensar os impostos de exportação mais baixos resultantes da seca.

Em relação às reservas, o acordo prevê uma meta de acumular cerca de US$ 1 bilhão até o fim do ano, comparado com objetivo de US$ 8 bilhões em março.

Há ainda uma diretriz para evitar o financiamento monetário direto do déficit fiscal.

“As recentes e bem-sucedidas trocas voluntárias de dívida reduziram significativamente os riscos de rolagem e espera-se que apoiem a mobilização de financiamento doméstico líquido adicional durante o restante do ano”, destaca o texto.

Com informações do Estadão Conteúdo

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