Americanas (AMER3) negocia empréstimo de US$ 2 bi com bancos

Crédito seria usado para financiar o capital de giro da empresa, mantendo as operações da companhia

Americanas enfrenta sua pior crise e entrou em recuperação judicial no Brasil e nos EUA. Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo
Americanas enfrenta sua pior crise e entrou em recuperação judicial no Brasil e nos EUA. Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O trio de acionistas de referência da Americanas (AMER3), Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, está em negociação com bancos para obter um empréstimo de US$ 2 bilhões, chamado de DIP. A ideia é manter o fluxo de caixa da empresa para a manter as operações. O que vem gerando impasse são as garantias que estão sendo exigidas, diz a fonte.

O DIP (debt in possession), na prática, é um financiamento para empresas em recuperação judicial. A Americanas entrou com pedido de proteção dos credores neste mês, com dívida superior a R$ 40 bilhões. Segundo a fonte, um dos motivos da recuperação judicial ser protocolada logo teria sido justamente viabilizar esse empréstimo.

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“O que os acionistas estão trabalhando é ancorar um DIP que tenha senioridade a qualquer crédito sujeito a recuperação judicial” explicou a fonte.

Ou seja, tenha prioridade no recebimento dos créditos em relação aos credores.

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O crédito DIP não entra na fila de pagamentos prevista na recuperação judicial e tem prioridade no recebimento. Na prática, garante que o devedor continue a gerar caixa para manter sua operação.

DIP visa manter capital de giro da Americanas (AMER3)

Este DIP deveria ser focado para financiar o capital de giro da empresa, lembrou a fonte.

“Para o varejo, isso é importantíssimo”, disse a fonte. Ainda não se sabe se o trio vai aportar parte desse valor.

As negociações com os bancos envolvem as garantias que serão pedidas para conceder os recursos. Se não houver garantias, os acionistas de referência podem ancorar o DIP ou parte dele.

“As negociações estão intensas e envolvem as garantias”, disse a fonte.

Por isso, o valor ainda pode mudar.

Segundo essa fonte, há outras possibilidades na mesa de negociações sendo discutidas. O trio poderia ser o financiador ou ancorar a operação. Nesse caso, eles não iriam precisar dar garantias para eles mesmos. Em caso de calor, o risco seria deles.

Por Bruno Rosa, do Rio de Janeiro
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