Alta recente do dólar contra real ‘não tem a ver com Brasil’, diz ex-Goldman Sachs

Robin Brooks afirma que dados mais suaves da economia americana colocam real em protagonismo no mercado emergente

Robin Brooks avisou que real "não era fraco" contra o dólar. Foto: Divulgação
Robin Brooks avisou que real "não era fraco" contra o dólar. Foto: Divulgação

O ex-estrategista para mercados emergentes do banco Goldman Sachs e ex-economista chefe do IFF (Instituto Internacional de Finanças) Robin Brooks apontou em postagem em rede social que a recente valorização do dólar contra o real “não tem nada a ver com o Brasil”. Brooks se refere ao movimento de queda do dólar nesta sexta-feira, que chega a quase 1%.

Na postagem realizada em seu perfil no X (antigo Twitter), Brooks alertou que a recente valorização do câmbio “estava muito mais ligada” à preocupação do mercado com sinais de resiliência da economia americana. Brooks afirma que o tom mais brando do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos ajudam a colocar o real em destaque no mundo.

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‘Real assume protagonismo’, diz Robin Brooks

Com dados da economia dos Estados Unidos mais suaves e uma sinalização de que o Fed não considera subir juros novamente, Brooks destaca que o real “assume protagonismo dentro de Mercados Emergentes”.

Atualmente, Robin Brooks é membro do Brookings Institute, um centro de pesquisas econômicas norte-americano.

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“Hoje (sexta-feira) é um bom dia para lembrar que o recente enfraquecimento do real brasileiro contra o dólar não tem a ver com o Brasil”, escreveu o economista no X.

A postagem do ex-estrategista para mercados emergentes do Goldman Sachs, além do texto, inclui uma imagem. Ela mostra o real como a moeda com maior taxa de retorno à vista comparada a pares emergentes diante do dólar.

O real brasileiro, de acordo com a postagem de Brooks, apresenta retorno de 2,41% contra o dólar nesta sexta-feira. A moeda nacional lidera a lista na frente do peso chileno (2,28%), rublo russa (2,16%) e o rand sul-africano (1,49%).

O peso mexicano, conhecido por ser um rival que divide atenção de investidores estrangeiros com o real, apresenta retorno negativo contra o dólar.

Por enquanto, nesta sexta, o câmbio registrava queda de 0,86% às 16h09, com cotação próxima a R$ 5,06. O dólar, assim, se aproxima ao fim do pregão com valor próximo à mínima registrada durante o pregão no Ibovespa, de R$ 5,0449.

Brooks avisou que ‘real não era fraco’ em abril

Conhecido pelo mercado financeiro por suas postagens otimistas em relação à moeda brasileira, Robin Brooks havia avisado que não via o real como enfraquecido.

Em abril, o ex-Goldman Sachs afirmou que divisas emergentes “estavam sofrendo os maiores impactos negativos” no mundo. No mês passado, o dólar bateu o maior valor desde março de 2023, subindo para R$ 5,26 no pregão da bolsa em 16 de abril.

“As moedas de mercados emergentes foram atingidas em cheio neste mês”, postou Brooks em 18 de abril.

“As que sofreram o maior impacto, as de México e Brasil, tem sido os carry trades mais populares”, diz o economista, assim, ao se referir a contratos futuros do peso e do real.

“O fato de o peso mexicano e do real brasileiro serem tão afetados atesta à popularidade dessas moedas. Não é um sinal de fraqueza”, disse Brooks. O economista é popularmente conhecido no X como ‘careca do Goldman’.

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