Risco fiscal amplia enfraquecimento do real e deixa moeda brasileira na lanterna entre emergentes, aponta BTG Pactual

O banco elevou a projeção para o dólar no fim deste ano de R$ 5,00 para R$ 5,20

Diante de uma piora do cenário local e nos mercados emergentes no geral, o BTG Pactual passou a ver um câmbio mais depreciado em seu cenário básico, ao elevar sua projeção para o dólar no fim deste ano de R$ 5,00 para R$ 5,20.

“Desde a publicação de nosso último [relatório] mensal, quase todos os fundamentos (com exceção do CDS de 10 anos) se moveram ligeiramente em direção a um câmbio mais apreciado: o DXY depreciou (caindo cerca de 0,8%); os juros do título do Tesouro americano de 10 anos caíram cerca de 11pontos-base; e o índice CRB [Commodity Research Bureau] aumentou em 0,2%”, dizem os economistas Iana Ferrão e Pedro Oliveira em revisão de cenário de junho do banco.

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Nas últimas semanas, ainda segundo o BTG, o cenário externo de maior aversão ao risco teve impacto nas moedas de países emergentes, por alguns fatores como a queda dos preços do petróleo e do minério de ferro.

“Circunstâncias políticas (como as eleições no México e Índia) também pioraram a percepção dos agentes acerca dos ativos emergentes, fortalecendo o dólar em relação ao real.”

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Real desvalorizado

Mesmo com a penalização dos emergentes como um todo, o BTG lembra que o real segue na lanterna, com uma trajetória de enfraquecimento mais expressivo que os pares.

“A disparidade em relação aos emergentes pode ser explicada por fatores internos, como o aumento no risco fiscal doméstico, além da maior incerteza atrelada à condução da política monetária, o que leva a uma saída de dólares pelo segmento financeiro e reduz o saldo cambial contratado”, afirmam os economistas.

“De fato, é possível observar que o descolamento do real em relação aos seus pares se tornou maior após a mudança das metas de primário de 2025 e 2026, tendo continuado assim desde então.”

Além da mudança da projeção do câmbio para o fim deste ano, houve alteração para a estimativa de 2025, que saiu de R$ 5,10 e foi para R$ 5,30 por dólar.

Com informações do Valor Econômico

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