Powell evita promessa de mais cortes de 0,50 ponto de juros nos Estados Unidos
Presidente do banco central americano diz que Fed deve definir ritmo de corte de juros nos Estados Unidos "reunião por reunião; decisão deve enfraquecer dólar no Brasiled 'está confiante na queda da inflação'
O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Jerome Powell, afirmou que a autoridade deve cortar os juros em ritmo definido “reunião por reunião” ao invés de constantes reduções de 0,50 ponto percentual. O Fed, contudo, deve continuar as reduções para trazer a inflação e a taxa de desemprego a patamares menores.
Nesta quarta-feira (18), o Fed baixou a taxa de juros americanos de 5,50% a 5,25% para 5,00% a 4,75% ao ano. É o primeiro corte desde 2020, quando as taxas iniciaram um ciclo de alta.
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“Começamos (com corte de 0,50 p.p.) confiantes de que a inflação deve ir para baixo”, disse Powell em coletiva após a decisão do Fomc (Comitê de Política Monetária do Fed). “Vamos tratar disso em reunião por reunião”, prosseguiu. No Brasil, a decisão do Fed deve acelerar a queda do dólar.
Powell ‘confortável’ com corte de juros dos Estados Unidos
Powell disse que o Fed está confortável com um corte de 0,50 p.p. na taxa de juros dos Estados Unidos. Para Jerome Powell, a economia “continua crescendo, o mercado de trabalho continua aquecido e a inflação deve progredir para a meta” a partir da nova decisão do Fed.
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“A discussão é se nossa política é a mais adequada agora”, afirma. Powell indicou que o Fed ainda não venceu a guerra contra a inflação nos Estados Unidos.
O Fomc, por sua vez, deve continuar a “monitorar as implicações de novas informações e visão macroeconômica”.
Além disso, Powell disse após a decisão de corte de juros que não vê “fortes indícios” de uma recessão nos Estados Unidos.
“Não acreditamos que estamos atrasados, mas sim que (o corte de juros) é um sinal de que não queremos estar atrás. Temos sido pacientes e essa paciência pagou dividendos, mas não queremos que as pessoas pensem que este é nosso novo ritmo”, avaliou Powell.
Corte mais profundo do Fed favorece real contra dólar
O corte mais profundo do Fed nos juros dos Estados Unidos é positivo para o balanço cambial do Brasil. Isso porque, com uma nova queda de juros ainda mais rápida, o dólar perde força contra o real.
Nesta quarta-feira (18), o dólar registrava queda de 0,75%, cotado a R$ 5,47. Os dados são de 16h30.
A decisão do Fed é uma sinalização positiva para a economia global e “tende a ter impacto positivo para os mercados emergentes”, afirma a economista do Ouribank, Cristiane Quartaroli.
“Principalmente no comportamento da taxa de câmbio. Ao longo dos últimos dias o real já se apreciou um pouco em decorrência da expectativa com o corte de juros e a confirmação de um corte maior pode dar impulso adicional para a melhora na nossa moeda.”
Já a economista da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, explica que o risco baixo de recessão nos EUA é mais um sinal de que o fluxo pode ser positivo para ativos de risco. Além disso, para países emergentes como o Brasil.
“Essa queda de juros nos Estados Unidos, sem a manifestação de um quadro recessivo – pelo menos por enquanto –, pode trazer um alívio para as economias emergentes e ativos de risco”, afirma Abdelmalack.
Mas o tom da comunicação de Powell foi visto como neutro por Nicolas Borsoi, economista da Nova Futura. “Sendo assim, acho que vale a pena ficar mais defensivo para o pós-entrevista, acho que não tá entregando o que o mercado precificou”, completa.