Petróleo opera em alta, recebendo impulso da desvalorização do dólar no exterior
Petróleo tipo Brent, que é referência para os preços da Petrobras, avança mais de 2% e supera US$ 113 por barril
Os contratos futuros do petróleo operam em alta nesta sexta-feira (6), recebendo suporte da desvalorização do dólar, enquanto os investidores seguem atentos aos impactos dos embargos anunciados pela União Europeia (UE) contra as importações de petróleo da Rússia.
O contrato do petróleo Brent para julho – a referência global – operava há pouco em alta de 2,24%, a US$ 113,38 por barril, enquanto o do WTI americano para junho sobe 2,23%, a US$ 110,67 por barril. O índice dólar DXY, que normalmente tem correlação negativa com os preços da commodity, recua 0,42%, a 103,315 pontos.
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O dólar recebeu um forte impulso nas últimas semanas das perspectivas mais fortes de que o Federal Reserve (Fed) acelerará o processo de aperto monetário. O BC americano elevou a meta da sua taxa de juros de referência em 0,5 ponto percentual na quarta-feira, como era amplamente esperado, mas o presidente da autoridade monetária americana, Jerome Powell, disse que o Fed não está “ativamente” considerando uma elevação de 0,75 ponto na próxima reunião.
O comentário fez com que o índice dólar perdesse 0,86% na quarta-feira, depois de ter alcançado nova máxima desde 2002 na segunda-feira. Ontem, porém, o índice fechou em alta acentuada de 1,0%, com os investidores reavaliando as perspectivas para a política monetária americana.
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Os investidores seguem à espera também de mais detalhes sobre os embargos que foram anunciados na quarta-feira. A Fitch diz em nota que o impacto das sanções vai depender dos esforços contra o transporte da commodity e seguros para as companhias russas do setor, e de quão fácil será para a Rússia redirecionar os fluxos para outros compradores.
“A UE e seus aliados, incluindo os EUA, Coreia do Sul e Japão, respondem por cerca de dois terços das atuais importações de petróleo e combustíveis da Rússia, e os compradores nestes mercados serão difíceis de substituir”, diz a Fitch.
Os investidores seguem agora à espera do relatório do Payroll, do mercado de trabalho americano, que será divulgado às 9h30 (horário de Brasília) e pode dar pistas sobre a trajetória futura dos juros do Fed. A expectativa dos economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” é de que os EUA tenham criado 400 mil vagas de trabalho em abril, de 431 mil no mês anterior.
“Um número acima dos 500 mil pode provocar um aperto mais rápido pelo Fed e […] uma reação de compra de dólares” disse Jeffrey Halley, analista sênior de mercados da Oanda, em nota. “Da mesma maneira, um número abaixo dos 300 mil deve ver um alívio em relação ao aperto monetário do Fed”, disse.