Mercado hoje: Ibovespa vira e fecha em queda com teto da dívida dos EUA no foco; dólar sobe
Nos EUA, os três principais índices fecharam no vermelho diante da crise institucional; DJIA caiu 0,69%, S&P500 recuou 1,12% e Nasdaq -1,26%
O Ibovespa mudou de direção e fechou em queda nesta terça-feira (23) com os investidores preocupados com uma possível estagnação das negociações para elevar o teto da dívida dos EUA após comentários do presidente da Câmara, Kevin McCarthy.
Ao fim do pregão, Ibovespa encerrou em queda de 0,26%, aos 109.929 pontos, enquanto o dólar fechou em alta de 0,02%, negociado a R$ 4,9711.
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No dia seguinte à terceira reunião com o presidente Joe Biden sobre o tema, McCarthy afirmou que a Câmara dos Representantes não vai aprovar nenhuma lei que eleve o teto da dívida sem reduzir os gastos previstos do governo, segundo informação que circula repercutida por operadores do mercado.
McCarthy ainda disse que não tem uma nova reunião marcada com Biden.
Commodities
O petróleo Brent – referência de preços para a Petrobras – avança 1,12% na ICE, de Londres, negociado a US$ 76,84 o barril.
As ações da Petrobras, impulsionadas pelo petróleo, e de bancos davam impulso ao índice. As perdas de mineração e siderurgia, porém, impediam ganhos mais fortes.
Petrobras PN (+1,80%) e Petrobras ON (+1,77%) tinham ganhos firmes, impulsionados pela alta do petróleo. O setor financeiro era outro que ia bem: Itaú PN subia 0,83%, Bradesco PN avançava 2,07%, e BB ON ganhava 0,78%.
PMI
Foram divulgados os índices dos gerentes de compras (PMI) referentes aos setores de serviços, industrial e o composto no Reino Unido, Alemanha e da zona do euro como um todo. Ainda há expectativa pelo índice americano.
O PMI composto dos Estados Unidos subiu de 53,4 em abril para 54,5 em maio, de acordo com dados preliminares da S&P Global. A leitura acima de 50 pontos indica expansão da atividade econômica.
O quadro não foi uniformemente positivo, já que o PMI do setor industrial recuou de 50,2 para 48,5 no mês atual, e ficou abaixo da previsão de 50, voltando a território de contração. O PMI do setor de serviços, por sua vez, teve alta, indo de 53,6 a 55,1 no período citado.
O índice de gerente de compras composto da zona do euro, que reúne dados do setor industrial e também de serviços, caiu para 53,3 nos dados preliminares de maio, de 54,1 no mês de abril. Esse é o nível mais baixo em três meses e menor que o consenso de analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 53,5.
O PMI composto da Alemanha avançou levemente para 54,3 nos dados preliminares de maio, de 54,2 no mês de abril. Esse é o nível mais alto em um ano e é maior que o consenso de analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”, de 53,5.
No Reino Unido, o PMI composto tem queda a 53,9 em maio, na leitura preliminar.
“É provável que o PIB da zona do euro tenha crescido no segundo trimestre graças ao estado saudável do setor de serviços. No entanto, o setor manufatureiro é um obstáculo poderoso para o ímpeto da economia como um todo”, disse o economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, Cyrus de la Rubia.
Teto da dívida americana
O presidente Joe Biden e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, não conseguiram chegar a um acordo nesta segunda-feira sobre como aumentar o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões do governo dos Estados Unidos com apenas 10 dias antes de um possível calote que pode afundar a economia dos EUA, mas prometeram para continuar se falando.
“Reiteramos mais uma vez que o calote está fora de questão e a única maneira de avançar é de boa fé em direção a um acordo bipartidário”, disse Biden em comunicado após a reunião, que chamou de “produtiva”.
McCarthy disse a repórteres após mais de uma hora de conversas com Biden que os negociadores “vão se reunir, trabalhar a noite toda” para tentar encontrar um terreno comum.
“Achei que tivemos uma discussão produtiva. Ainda não chegamos a um acordo”, disse McCarthy. “Acredito que ainda podemos chegar lá.”
Ele disse que espera falar com Biden todos os dias, mas que não está disposto a considerar o plano de Biden de cortar o déficit aumentando os impostos sobre os ricos e fechando brechas fiscais para as indústrias petrolífera e farmacêutica.
IPC-S
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da terceira quadrissemana de maio subiu 0,45% e agora acumula alta de 3,39% nos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).
A alta acumulada em 12 meses desacelerou – na mediação anterior estava em 3,54%.
Seis das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição para o resultado do IPC-S partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação cuja taxa de variação passou de -1,90%, na segunda quadrissemana de maio para -2,57% na terceira quadrissemana de maio.
Nesta classe de despesa, o FGV-Ibre destaca o comportamento do item passagem aérea, cujo preço variou -13,96%, ante -10,42% na edição anterior do IPC-S.