Mercado hoje: Ibovespa inverte na reta final e fecha em queda com pressão de bancos
Investidores acompanharam também a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Argentina e repercutiram os números do último boletim Focus, do BC
O Ibovespa fechou em queda de 0,15%, a 111,9 mil pontos, tendo passado a maior parte do dia no terreno positivo, invertendo a tendência apenas na última hora de pregão. A sessão de hoje foi marcada pela baixa liquidez diante do feriado de ano novo na China, que irá durar a semana inteira.
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Ao longo do dia os principais fatores positivos eram os mercados externos, com apetite por risco, além do preço do petróleo em alta, que levou consigo as ações da Petrobras. O Brent – usado pela estatal em sua política de preços – fechou em alta de 0,64%, a US$ 88,19. A PETR4 fechou em alta de 1,90%, a R$ 26,87, enquanto a PETR3 avançou 2,35%, a 30,46.
O dólar comercial fechou em queda de 0,21%, a R$ 5,1964.
No lado negativo, as ações dos bancos caíram com força e pressionaram o índice, dada a projeção maior de inflação pelo boletim Focus e os cortes de preço-alvo e de recomendação realizados pelo Credit Suisse, em relatório.
Pela manhã, o Credit Suisse rebaixou de neutra para venda a recomendação do banco Santanter Brasil. O preço-alvo foi cortado para R$ 31. No documento, banco suíço prevê um 2023 ruim para o banco espanhol e para o Bradesco devido a alta exposição de ambos ao segmento de varejo e o aumento da projeção de inadimplência.
As units do Santanter (SANB11) fecharam em queda de 3,60%, a R$ 28,11, enquanto as ações preferenciais do Bradesco caíram 4,09%, negociadas a R$ 14,07.
O Credit, no entanto, exaltou Itaú e Banco do Brasil, ambos com recomendação de compra reiterada. As ações do Itaú (ITUB4) caíram 2,84%, a R$ 25,36 e as do Banco do Brasil devolveram os ganhos obtidos ao longo do dia e fecharam no negativo, em 0,75%, negociadas a R$ 39,77.
O recuo expressivo das ações dos bancos também vem na esteira das declarações do presidente Lula, após encontro com o presidente da Argentina, Alberto Fernández. Lula destacou o papel do BNDES e disse que pretende, dentro das possibilidades do país, fazer o banco retomar sua posição do passado. Outro fato foi o anúncio da criação de uma moeda comum com a Argentina para fins de comércio exterior.
As perspectivas para a inflação também estiveram no radar. Pela manhã, o boletim Focus mostrou que a mediana das projeções de economistas para o IPCA em 2023 subiu de 5,39% para 5,48%; e para o de 2024, houve alta de 3,70% para 3,84%. A perspectiva para 2025 continuou em 3,50%.
A mediana das projeções para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 12,50%, mas para 2024 subiu de 9,25% para 9,50% e, para 2025, de 8,25% para 8,50%. As expectativas para inflação e juros vêm aumentando desde as críticas do presidente Lula à independência do Banco Central e às atuais metas para a inflação.