Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda com política local e EUA no radar; dólar subiu 2%
Investidores colocaram na balança Payroll e as críticas de Lula ao Banco Central
O Ibovespa aprofundou as perdas da sessão desta sexta-feira (3) à medida que as ações ligadas a commodities perderam força e fechou em queda de 1,47% aos 108,5 mil pontos. Nesta semana, contada a partir da abertura na segunda, o índice perdeu 3,30%.
Às 17h, o dólar à vista fechou em alta de 2,05% ante o real, negociado a R$ 5,14, também intensificando movimento de mais cedo. Nesta quinta-feira, a divisa chegou a tocar R$ 4,95.
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As ações PN da Petrobras (PETR4) chegaram a subir 3%, mas desaceleraram e fecharam em 1,10% depois que a cotação do petróleo Brent – utilizado como parâmetro pela Petrobras – virou para queda e fechou com recuo de 2,71%, a US$ 79,94 o barril, com perda acumulada de 7,5% nesta semana.
Vale (VALE3) desceu 0,21% ao final da sessão, enquanto CSN (CSNA3) avançou 0,74% e CSN Mineração (CMIN3) perdeu 0,20%. Usiminas (USIM5) perdeu 1,01% e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) subiu 0,81%.
Pela manhã, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou que o país criou 517 mil vagas de trabalho em janeiro, número muito acima dos 187 mil novos empregos projetados por especialistas.
O indicador surpreendente mostra que o mercado de trabalho está mais aquecido do que se imaginava, o que pode atrapalhar o combate à inflação e forçar a mão do banco central norte-americano para manter os juros em patamares altos por mais tempo.
Ainda no radar dos investidores está a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Banco Central e a política monetária do Brasil. Em entrevista, o mandatário disse que pode rever autonomia da autarquia. Ao mesmo tempo, disse que o tema é irrelevante e não está em sua pauta.
Na mesma entrevista, à RedeTV, Lula reclamou da decisão do Copom na última quarta-feira e disse que “não existe nenhuma razão para a taxa de juros estar em 13,75%”, e afirmou que vai “cobrar” a instituição pelo nível atual da Selic.
Para completar a lista de fatores que causam pessimismo, o mercado ainda repercute os balanços do quarto trimestre das big techs nos Estados Unidos. Meta (dona de Facebook e Instagram) e Tesla entregaram resultados que agradaram, enquanto Amazon, Alphabet (dona do Google) e Apple decepcionaram os investidores com seus relatórios divulgados ontem.