Juros futuros abrem em leve queda com ata do Copom; dólar cai a R$ 4,92
Investidores também acompanham cena externa, em especial os preços das commodities nesta terça
Os juros futuros abriram o pregão desta terça-feira em queda, após a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizar que o aperto da taxa Selic até 12,75% é o mais apropriado no momento para impactar a inflação de 2023 e combater os efeitos secundários do choque de preços de commodities. Já o dólar comercial caiu até R$ 4,92 na mínima do dia.
Por volta de 9h20, o dólar comercial diminui 0,46%, para R$ 4,9211, após bater R$ 4,9201 na mínima do dia. Nos juros futuros, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 variava de 12,93% no ajuste anterior para 12,895%; a do DI para janeiro de 2024 recuava de 12,68% para 12,625%; a do DI para janeiro de 2025 tinha baixa de 12,21% para 12,145%; e a do DI para janeiro de 2027 passava de 11,98% para 11,955%.
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A julgar pelo comportamento das taxas futuras, os agentes financeiros avaliam, a princípio, que a ata da última reunião do Copom foi mais explícita na intenção de o comitê encerrar o processo de aperto monetário já na próxima reunião, em maio, com uma taxa Selic de 12,75%.
No documento publicado no começo da manhã, o Banco Central diz considerar, neste momento, que “um ciclo de aperto monetário semelhante ao utilizado nos seus cenários é o mais adequado” e que tal patamar de juro básico é “significativamente contracionista”, surtindo impacto principalmente na inflação de 2023, e, assim, “compatível com o combate aos efeitos de segunda ordem do atual choque de oferta”. Os cenários em questão empregam a mediana das estimativas do Boletim Focus para Selic, de 12,75% ao fim de 2022.
O Copom descreveu, ainda, o cenário alternativo para o petróleo, o qual pressupõe uma trajetória menos agressiva de preços da commodity. Tal instrumento leva em conta os preços de contratos futuros de petróleo, negociados em bolsas internacionais, e projeções de agências do setor, informou o BC. “Notou-se que ambos convergiam para um preço do barril abaixo de US$ 100 ao fim de 2022”, diz a ata do comitê.
De outro lado, o BC também faz uma sinalização de que, “caso o cenário prospectivo se mostre mais próximo ao observado no cenário de referência” — no qual os preços do petróleo partem de US$ 118 em março de 2022 e alcançam cerca de US$ 121 no fim de 2023 — “o Comitê avalia que este ciclo deverá ser ainda mais contracionista”.
Com a leitura de uma ata de tom mais suave, as taxas de juros futuros de curto prazo se ajustam em leve queda nos primeiros negócios, caminhando em direção à precificação de uma Selic de 12,75% sinalizada pelo BC — nas últimas sessões, a precificação da curva prefixada para juro básico ao fim de 2022 tem ficado entre 13,25% e 13,5%.
Já para o câmbio, conforme o carrego (diferencial de juros com o exterior) se mantém bastante elevado, a moeda brasileira deve continuar atrativa ao investidor estrangeiro. Ainda mais em um contexto de elevação de preços de matérias-primas, o que fez o dólar comercial encerrar o pregão de ontem no menor patamar desde 29 de junho de 2021, abaixo dos R$ 5. Nesta manhã, o dólar se enfraquece contra divisas emergentes pares, reforçando o movimento de queda no mercado de câmbio doméstico.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico