Dólar cai até R$ 4,62 e juros futuros se ajustam em queda após inflação nos EUA
Os investidores avaliam ainda comportamento do setor de serviços no Brasil
Após flutuarem perto da estabilidade nos primeiros negócios, os juros futuros passaram a apresentar forte viés de queda reagindo à divulgação do dado de inflação americana de março. Já o dólar comercial firmou forte queda, caindo até R$ 4,62 no menor nível do dia. Embora o número tenha superado as estimativas do mercado, a medida de núcleos (que desprezam itens voláteis, como alimentos e energia) da inflação subiu menos do que o esperado pelos analistas na comparação mensal.
Por volta de 9h50, o dólar comercial se enfraquecia 1,30%, cotado a R$ 4,6304, após ficar em R$ 4,6274 na mínima intradiária. Nos juros, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 variava de 13,09% no ajuste de ontem para 13%; a do DI para janeiro de 2024 caía de 12,65% para 12,50%; a do DI para janeiro de 2025 se reduzia de 11,97% para 11,76%; e a do DI para janeiro de 2027 diminuía de 11,64% para 11,43%.
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De acordo com o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, a inflação avançou 8,5% em março, na comparação com igual mês de 2021, no maior patamar desde dezembro de 1981. O resultado superou a expectativa de alguns economistas. No mês de março, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 1,2%, ante projeção de 0,8%.
Uma leitura pouco menos negativa da maior inflação em quatro décadas nos EUA emerge do comportamento dos núcleos, medidas que procuram captar a tendência fundamental dos preços e que orientam a condução da política monetária. Na comparação anual, essa medida subiu em linha com as expectativas, de 6,6%, mas, na margem, teve avanço de 0,3%, abaixo dos 0,5% projetados.
A reação dos ativos sugere que os mercados estavam posicionados para uma eventual surpresa de alta do indicador diante da deterioração do quadro de inflação global com o conflito na Ucrânia. Os rendimentos dos títulos soberanos globais mudaram de sentido e passaram a cair, com a taxa projetada pelo papel de dez anos emitido pelo Tesouro americano (Treasury) recuando 7 pontos-base (0,07 ponto percentual) para 2,715% no horário acima. Já os futuros das bolsas em Wall Street se estabeleceram em alta e o dólar global perdeu força.
Internamente, o dado do setor de serviços contrariou as estimativas ao cair 0,2% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A mediana do mercado era de alta de 0,7%.