Dólar cai até R$ 4,62 e juros futuros se ajustam em queda após inflação nos EUA

Os investidores avaliam ainda comportamento do setor de serviços no Brasil

Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo
Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo

Após flutuarem perto da estabilidade nos primeiros negócios, os juros futuros passaram a apresentar forte viés de queda reagindo à divulgação do dado de inflação americana de março. Já o dólar comercial firmou forte queda, caindo até R$ 4,62 no menor nível do dia. Embora o número tenha superado as estimativas do mercado, a medida de núcleos (que desprezam itens voláteis, como alimentos e energia) da inflação subiu menos do que o esperado pelos analistas na comparação mensal.

Por volta de 9h50, o dólar comercial se enfraquecia 1,30%, cotado a R$ 4,6304, após ficar em R$ 4,6274 na mínima intradiária. Nos juros, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 variava de 13,09% no ajuste de ontem para 13%; a do DI para janeiro de 2024 caía de 12,65% para 12,50%; a do DI para janeiro de 2025 se reduzia de 11,97% para 11,76%; e a do DI para janeiro de 2027 diminuía de 11,64% para 11,43%.

Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

De acordo com o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, a inflação avançou 8,5% em março, na comparação com igual mês de 2021, no maior patamar desde dezembro de 1981. O resultado superou a expectativa de alguns economistas. No mês de março, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 1,2%, ante projeção de 0,8%.

Uma leitura pouco menos negativa da maior inflação em quatro décadas nos EUA emerge do comportamento dos núcleos, medidas que procuram captar a tendência fundamental dos preços e que orientam a condução da política monetária. Na comparação anual, essa medida subiu em linha com as expectativas, de 6,6%, mas, na margem, teve avanço de 0,3%, abaixo dos 0,5% projetados.

A reação dos ativos sugere que os mercados estavam posicionados para uma eventual surpresa de alta do indicador diante da deterioração do quadro de inflação global com o conflito na Ucrânia. Os rendimentos dos títulos soberanos globais mudaram de sentido e passaram a cair, com a taxa projetada pelo papel de dez anos emitido pelo Tesouro americano (Treasury) recuando 7 pontos-base (0,07 ponto percentual) para 2,715% no horário acima. Já os futuros das bolsas em Wall Street se estabeleceram em alta e o dólar global perdeu força.

Internamente, o dado do setor de serviços contrariou as estimativas ao cair 0,2% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A mediana do mercado era de alta de 0,7%.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


VER MAIS NOTÍCIAS