CVC (CVCB3): Leonel Andrade renuncia ao cargo de CEO; veja carta de despedida
A companhia informou que Sandoval Martins vai liderar o comitê de transição
A CVC (CVCB3) confirmou ao mercado, na noite de quarta-feira (24), que seu presidente e também diretor financeiro interino, Leonel Andrade, anunciou a renúncia ao cargo.
Segundo a empresa, em comunicado, o conselho de Administração já iniciou o processo de sucessão do diretor presidente, do diretor financeiro e do diretor de relações com investidores — o antigo renunciou há um mês.
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“Até lá, de forma a assegurar a continuidade das operações da companhia, o conselho de administração criou um comitê de transição, que será liderado pelo conselheiro Sandoval Martins, cujas atividades se iniciam a partir de amanhã (esta quinta-feira, 25)”.
Durante esse período, Eliane Silveira Lapa acumulará o cargo de diretora de governança corporativa e compliance com o de diretora de relações com investidores.
Carta aberta
Em publicação no LinkedIn, Leonel Andrade agradeceu pelos três anos à frente da companhia. O executivo citou os desafios de sua gestão e marcos que considera importantes.
“Neste período aprendemos como nunca, graças a desafios enormes. Desde a chegada enfrentamos graves distorções contábeis, a troca quase completa do ‘management’ e completa do conselho de administração, quatro aumento de capitais, duas renegociações de dívida, um ataque cibernético gigantesco, a quebra de uma companhia aérea, a construção e troca completa de sistema, tudo durante a pandemia de covid, o evento mais danoso que a indústria do turismo já enfrentou”, escreveu.
Pouco tempo após a entrada do executivo na CVC, uma investigação encontrou indícios de irregularidades nos balanços da empresa de 2015 a 2019. Segundo a própria companhia, havia indícios de que deficiências nos controles internos contribuíram para a ocorrência das distorções contábeis.
Na publicação, Andrade também comentou avanços na gestão.
“A CVC Corp está completa, 100% operacional, continua liderando o turismo na Argentina e no Brasil, e com todas as suas obrigações em dia. Aliás, em nenhum momento a empresa deixou de honrar seus compromissos, 100% adimplente”, afirmou.
O executivo citou ainda ganhos estruturais e conquistas junto aos clientes.
“Hoje a empresa tem uma cultura de governança exemplar, tem 35 milhões de clientes no CRM, continua com mais de mil lojas, numa distribuição incomparável e continua com a marca ‘top of mind’ de viagens no Brasil. E ainda um compromisso total de sustentabilidade através do RePrograma”.
Andrade agradeceu às pessoas envolvidas, em especial aos franqueados da CVC e aos colegas da empresa, que “abraçaram e se engajaram” nas mudanças.
“Há um grupo de pessoas que aceitou o convite de vir para a Cia no pior momento da sua existência, que saiu de empresas de primeira linha, acreditando que liderança e aprendizados são oportunidades únicas na vida”, afirmou.
No comunicado oficial sobre a renúncia, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a CVC diz que a saída do executivo se deu por motivos pessoais.