Credores da Americanas (AMER3), bancos veem situação delicada, mas contornável

Grandes e médias instituições financeiras têm operações com a varejista

Fachada de unidade da Lojas Americanas. Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo
Fachada de unidade da Lojas Americanas. Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

O rombo de R$ 20 bilhões da Americanas (AMER3) tem por trás dívidas com boa parte dos bancos grandes e médios do país, que financiam as operações da companhia com fornecedores. A reação de fontes do setor às “inconsistências” contábeis anunciadas pela varejista foi, como a do mercado em geral, de surpresa. Ao mesmo tempo, uma primeira avaliação é a de que a empresa conseguirá contornar os problemas.

Para um graduado executivo de um grande banco, a situação é complicada, mas, se não surgirem outros esqueletos, é administrável. Não se trata de uma dívida nova.

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Ainda não está claro quais exatamente os bancos mais expostos às operações que não foram devidamente contabilizadas pela Americanas. Dentro desse universo, também pode haver estruturas e garantias diferentes.

Segundo um interlocutor, a Americanas estava tomando mais dívidas e, ao deixá-las fora do balanço, isso não era perceptível nem mesmo para os credores. “Qual a razão operacional disso, não sabemos”, diz.

Outro ponto que suscita dúvidas diz respeito aos covenants que a Americanas pode estourar ao reconhecer os R$ 20 bilhões dentro do balanço.

A varejista é grande emissora de debêntures, e esses papéis costumam ter cláusulas de alavancagem, por exemplo. Porém, depende de como será feito esse lançamento. De acordo com um interlocutor, aparentemente não há um volume grande de dívidas com covenants. Mas essa é apenas mais uma das perguntas que a empresa tem de responder.

Por Talita Moreira

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