Copom vê piora do cenário e guarda na manga definição do tamanho do aumento da Selic

Colegiado do BC elevou, com voto unânime de seus nove membros, a Selic em 0,25 ponto percentual

Foto: Adriano Machado/Reuters
Foto: Adriano Machado/Reuters

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou que prefere esperar mais dados antes de definir a magnitude e a duração do ciclo de aumento de juros iniciado nesta quarta-feira (18).

O colegiado do BC elevou, com voto unânime de seus nove membros, a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano.

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Foi o primeiro aumento da taxa básica brasileira desde agosto de 2022, quando então o juro foi de 13,25% para 13,75% anuais.

Fonte: Banco Central

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Diferente do que fez desde o ano passado, quando antecipou o que pretendia fazer nas reuniões seguintes.

“O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”, afirma o documento.

O colegiado do BC volta a se reunir nos dias 5 e 6 de novembro.

 O BC inclusive sinalizou que pode lidar com alguma margem, ao escrever que busca a convergência da inflação “para o redor” da meta.

Aumento esperado pelo mercado

A decisão desta quarta-feira veio em linha com a aposta majoritária do mercado.

No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom atribuiu a medida à deterioração de um conjunto de fatores.

Dentre eles, o documento citou a forte atividade econômica e as pressões no mercado de trabalho.

Além disso, o BC mencionou o “hiato do produto”, um jargão de economistas para descrever quando a economia cresce mais rápido do que o nível considerado apropriado sem provocar inflação.

No caso, os diretores da autoridade monetária citaram “elevação das projeções de inflação”.

De fato, para o horizonte de 18 meses adiante, que o BC usa como referência para suas decisões, ou seja, março de 2026, a expectativa de inflação é de 3,5%.

Isso está, portanto, acima da meta do órgão, que é de 3% ao ano.

Por isso, o BC defendeu que esse cenário “demanda uma política monetária mais contracionista”. Em outras palavras, aumento de juro.

Dólar caro também preocupa BC

A autoridade monetária ainda mostrou preocupação com “a taxa de câmbio persistentemente mais depreciada”, o dólar caro por muito tempo.

De fato, no nível atual (R$ 5,46), a moeda norte-americana acumula valorização de 12% em 2024.

E o BC teme que a manutenção da divisa dos Estados Unidos nestes níveis aumente gradualmente os preços de importados, pressionando a inflação.

Um fator que, segundo economistas, pode ajudar a diminuir a pressão cambial veio horas antes do Copom.

Isso porque o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) foi na mão contrária e cortou sua taxa de juros em 0,50 ponto percentual, para o intervalo entre 4,75% e 5% ao ano, na primeira redução em quatro anos.

A taxa de juros menor lá tende a provocar uma migração de recursos para ativos que proporcionem melhores rendimentos.

E o Brasil, com uma taxa mais alta, pode ser um dos destinos.

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