XP recomenda compra para Mateus (GMAT3) depois de negociações com Carrefour

Preço-alvo cai, mas expectativa sobre os papéis da rede de atacarejo segue boa com possibilidade de aquisições

Loja do Grupo Mateus (GMAT3). Foto: Divulgação
Loja do Grupo Mateus (GMAT3). Foto: Divulgação

A aquisição em potencial de oito lojas do Grupo Big que o Carrefour Brasil faz sentido estratégico para o Grupo Mateus (GMAT3), diz a XP. O grupo varejista com forte atuação nas regiões Norte e Nordeste deve adquirir ao menos algumas das 14 unidades que o Carrefour precisa vender no Brasil por exigência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Os analistas da XP destacam que todas as lojas a serem adquiridas pelo Mateus estão localizadas em estados importantes na campanha de expansão da empresa.

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Uma unidade já está praticamente adquirida, em Olinda (PE). As outras unidades que o Grupo Mateus deseja estão em Alagoas e na Bahia (eram antigas unidades do Big Bompreço e do Maxxi Atacado).

Há ainda outros pontos sendo analisados pelo Grupo Mateus.

Venda de 14 lojas

O Carrefour precisa vender 14 unidades da rede Big, atendendo à exigência estabelecida pelo Cade em maio, quando os conselheiros determinaram que a aquisição do Big dependeria da redução no número de lojas.

Recomendação e preço-alvo

Os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday escrevem que o valor entre R$ 35 milhões e R$ 45 milhões, divulgado pelo Valor, está abaixo de transações recentes no setor, o que seria interessante, sem considerar conversões.

Caso o Grupo Mateus decida converter as lojas em operações de atacarejo, a criação de valor para a empresa será maior do que se convertidas em lojas das redes de varejo Camiño ou Supermercado Mateus, afirmam.

A XP tem recomendação de compra para Grupo Mateus, com preço-alvo em R$ 6, valor 8,95% menor que o fechamento da última sexta-feira. Para Carrefour Brasil a recomendação é neutra, com preço-alvo em R$ 19, valor 7,54% menor.

Citi: Carrefour em alta

Caso o Carrefour Brasil consiga o valor de R$ 40 milhões por loja do Grupo Big que precisa vender, o impacto na alavancagem da empresa seria limitado, diz o Citi.

Os analistas liderados por João Pedro Soares avaliam que o valor totalizaria R$ 560 milhões, reduzindo a alavancagem da empresa de 1,95 vez a dívida líquida sobre o Ebitda dos últimos 12 meses para 1,83 vez.

“Com o Carrefour acelerando a conversão das lojas do Grupo Big, esperamos que a companhia acelere as vendas por metro quadrado dos ativos e aumente margens com os ganhos de escala e eficiência das integrações”, comentam.

O Citi tem recomendação de compra para Carrefour Brasil, com preço-alvo em R$ 21, potencial de alta de 2,18% sobre o fechamento da última sexta-feira (9).

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