Bancos gringos preveem queda do dólar contra o real com aumento do diferencial de juros

Morgan Stanley, Barclays e Goldman Sachs apostam que elevação da Selic vai incentivar o ingresso de recursos de estrangeiros no Brasil

Dólar sobe no ano contra o real e chega a R$ 5; veja quais ações se valorizam na bolsa com avanço do câmbio. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Dólar sobe no ano contra o real e chega a R$ 5; veja quais ações se valorizam na bolsa com avanço do câmbio. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A perspectiva de aumento do diferencial de juros entre o Brasil e outras economias pode permitir uma apreciação do real, mesmo que tímida.

É no que apostam alguns bancos estrangeiros que, ao longo da semana, iniciaram posição favorável à moeda brasileira.

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Isso, mesmo com ênfase aos riscos locais e à incerteza ainda elevada no cenário econômico.

É o caso do Morgan Stanley. De acordo com a chefe de estratégia macro para América Latina do banco, Ioana Zamfir, as altas de juros que o mercado precifica devem dar apoio ao real, que pode ter um desempenho mais forte que outras moedas emergentes.

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Segundo ela, desde o ano 2000, o spread entre os juros do Brasil e dos EUA de 6 pontos percentuais “tem sido um limite muito importante para o desempenho do câmbio, onde os investidores começariam a ser adequadamente compensados pelos riscos”.

No momento, a Selic está em 10,5% e o topo da banda da taxa dos juros nos EUA, em 5,5%.

“À medida que o diferencial de juros aumenta, esperamos que o desempenho do real melhore, apesar dos ruídos fiscais contínuos.

“Mesmo que um spread maior já esteja precificado, achamos que o câmbio normalmente reage a aumentos realizados nos juros, em vez de aumentos precificados”, diz a estrategista.

Além disso, o real deve ser menos sensível a uma desaceleração nos EUA do que outros países, porque o crescimento econômico doméstico tem surpreendido.

Governo fará o suficiente para proteger o real

Para a chefe de estratégia para Américas do Barclays, Andrea Kiguel, o real deve exibir desempenho superior entre as moedas emergentes nos próximos meses.

Isso por causa da mensagem coordenada entre o governo e o BC, na esteira de uma crise de confiança que afetou em cheio o câmbio.

Para ela, o arcabouço fiscal continua vulnerável, porém “o governo fará o suficiente para acalmar os mercados, já que os riscos para 2024 diminuíram”.

Além disso, o ciclo de elevação dos juros pode ser favorável para novas posições em real, enquanto outros bancos centrais, começam a reduzir os juros.

Em nota a clientes, os estrategistas do Goldman Sachs notam que o último “surto de fraqueza” do real apontou um desempenho inferior em relação aos fundamentos.

E isso permaneceu desde o segundo trimestre.

Assim, Uma mensagem dura confiável na reunião do Copom na próxima semana pode levar esse recente desempenho inferior a fechar, avalia o banco.

Ainda, os economistas do Goldman afirmam que as altas de juros precificadas na curva vêm dando apoio a retornosmaiores.

“Porém, para desbloquear toda a valorização possível do real, é necessária uma articulação clara e um compromisso com a âncora fiscal no médio prazo”, enfatizam.

O Goldman Sachs projeta o dólar a R$ 5,35 em três meses, a R$ 5,30 no horizonte de seis meses e a R$ 5,20 em 12 meses.

Com informações do Valor Econômico.

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