Bitcoin sobe 68% no trimestre, bate demais investimentos e deixa ‘inverno cripto’ no retrovisor

Alta deixa para trás o ‘inverno cripto’ bem antes do que o vislumbrado depois da quebra da FTX e implosão do sistema Terra Luna

Imagem de criptomoeda - Foto: Pixabay
Imagem de criptomoeda - Foto: Pixabay

O bitcoin (BTC) chega ao último dia do primeiro trimestre de 2023 com um ganho acumulado de 68%, bastante à frente da maioria das demais aplicações financeiras de risco no período.

A alta deixa no retrovisor o ‘inverno cripto’ bem antes do que o vislumbrado no final do ano passado, na esteira da quebra da FTX e implosão do sistema Terra Luna. É a maior valorização trimestral do bitcoin desde a alta de 103% vista no primeiro trimestre de 2021, no segundo ano de pandemia.

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Cotação

Perto das 9h20 (horário de Brasília), o bitcoin era negociado a US$ 27.961, com baixa de 2,5% nas últimas 24 horas, segundo o CoinGecko. Já o ether valia US$ 1.795,25, com desvalorização de 0,6%.

O token nativo da Binance, o BNB, era negociado com baixa de 0,5% a US$ 316,24. Em reais, o bitcoin era cotado a R$ 144.207,60 (-2,20%), enquanto o ether estava em R$ 9.243,52 (-0,36%), de acordo com o MB.

Bitcoin contra bolsas

No período de três meses deste ano, marcado no campo macro por incertezas na política monetária e crise bancária, a primeira e maior das criptomoedas avançou US$ 11,4 mil, passando de US$ 16.540 para cerca de US$ 28 mil, perdendo a correlação com ações de tecnologia, que tinha vigorado no período de baixa.

A Nasdaq acumula alta de quase 15% no trimestre, enquanto a bolsa de Nova York exibe ganho de 5,5% no S&P 500 e perda de 0,9% no Dow Jones.

Abaixo da alta histórica

Apesar do rali, o bitcoin ainda está quase 60% abaixo do recorde histórico de US$ 69.004,77 de 10 de novembro de 2021, segundo o CoinGecko.

Analistas questionam a sustentabilidade do movimento das criptomoedas, num período particularmente difícil para os demais ativos de risco e de forte escrutínio dos reguladores dos EUA contra as maiores corretoras e prestadores de serviço do setor de ativos digitais após a quebra da FTX.

Outros mais otimistas tentam descobrir como a alta do bitcoin será transmitida para as demais moedas digitais e projetos de criptoativos, que perderam força durante o período de baixa do setor.

Ether

É o caso do ether, moeda nativa da rede Ethereum e a de maior aplicação comercial. A cripto acumula alta de quase 50% no trimestre. A rede blockchain tem programadas duas atualizações de software importantes neste ano, sendo a primeira no início de abril.

Essa atualização vai liberar os tokens colocados a serviço da validação das transações, ampliando a liquidez da criptomoeda e abrindo espaço para que investidores que tinham determinadas restrições possam aderir ao ecossistema.

A segunda atualização, prevista para o início do segundo semestre, vai trabalhar a escalabilidade da rede ao facilitar a inscrição de projetos na chamada segunda camada da rede.

Regulação

Para Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, as investidas dos reguladores devem estimular a ida de empresas do setor para outras jurisdições, mais amigáveis com a indústria cripto.

“Diante desses desafios, as expectativas são boas para o futuro do mercado cripto. A situação recente do sistema bancário americano também pode ter impulsionado mais pessoas a conhecer e utilizar cripto como uma alternativa financeira descentralizada. Um futuro mais descentralizado parece ser cada vez mais inevitável”, disse.

Pressão vendedora

Para Fernando Pereira, analista da Bitget, após novamente rejeitar a região de US$ 28.800, o bitcoin viu uma expressiva pressão vendedora ontem, mesmo com o mercado de ações subindo.

“É bem possível que ele volte para lá mais uma vez nos próximos dias, numa última tentativa de rompimento para buscar os US$ 31 mil. Caso falhe outra vez, os vendidos devem levar o preço de volta para US$ 26.700”, disse.

Segundo Ferreira, da Titanium, a aparente calmaria do bitcoin nesta sexta pode se chocar com o vencimento de cerca de US$ 4 bilhões em opções, que irão expirar, além de indicadores relevantes de inflação e atividade nos EUA.

“A melhora momentânea da situação dos bancos e a expectativa do mercado em relação a taxas de juros menores estão sustentando os mercados e surpresas podem mudar o ritmo dos ativos”, disse.

André Franco, chefe do Research do MB, destaca que os dados on-chain mostram novo acúmulo de mais 6 mil bitcoins na posição dos investidores de longo prazo. Já no Ethereum foram 28 mil novos tokens travados na Beacon Chain.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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