Bitcoin (BTC) inicia semana com recorde, em clima de fim do inverno cripto

Atual preço é emblemático porque está próximo do nível da crise Terra/Luna, estopim dos problemas nos fundos e corretoras, diz analista

Foto: Valor Econômico
Foto: Valor Econômico

Depois de quebrar sucessivas máximas no sábado e no domingo, o bitcoin (BTC) iniciou a semana com nova cotação recorde no ano, acima de US$ 28 mil, em clima de fim do inverno dos criptoativos. Nos últimos sete dias, período marcado pela nova face da crise bancária, o bitcoin já avança 28%; no ano, a valorização totaliza 70%.

A maior das criptomoedas atingiu US$ 28.509 no domingo, maior cotação desde o início de junho do ano passado, em um novo período de “descorrelação” das moedas digitais com os demais ativos de risco, abalados com a atual crise bancária. Para entusiastas do setor, as criptomoedas passam por um novo teste ao se provarem resilientes e imunes ao risco sistêmico das finanças tradicionais.

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O segmento, no entanto, terá um teste importante nesta semana com a decisão de política monetária do Federal Reserve, que pode desacelerar o ritmo de alta de juros e sinalizar um aperto menor nas condições financeiras, beneficiando os mercados de renda variável e as criptomoedas.

Ether

O ether (ETH) seguiu o bitcoin, porém, com menor intensidade. A segunda maior criptomoeda atingiu no domingo US$ 1.844, maior preço desde setembro do ano passado. No ano, a valorização chega a 49%, sendo 13% nos últimos sete dias. Com a valorização do final de semana, as criptomoedas somam US$ 1,22 trilhão em valor de mercado.

Perto das 9h15 (horário de Brasília), o bitcoin era negociado a US$ 28.335,85, com alta de 3,8% nas últimas 24 horas, segundo o CoinGecko. Já o ether valia US$ 1.792, com recuo de 0,2%. Em reais, o bitcoin era cotado a R$ 149.422,68 (alta de 3,98%), enquanto o ether estava em R$ 9.406,49 (-0,05%), de acordo com o MB.

Nova faixa de resistência

Fernando Pereira, analista da Bitget, vê uma nova faixa de resitência para o bitcoin nos próximos dias em torno de US$ 28,5 mil. Depois, o novo ponto seria em US$ 31 mil. “Acredito que uma dessas duas será o topo de curto prazo do BTC antes de uma correção mais agressiva”, disse.

Na avaliação de Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset, a recente alta das criptomoedas é um sinal claro de que o chamado inverno dos criptoativos pode ter ficado para trás.

“Acredito que o fim do ciclo de alta de juros nas economias desenvolvidas, sendo antecipado pelo stress nos bancos regionais americanos, é um grande indicador de uma mudança de estações para os criptoativos”, disse.

Patamar anterior à crise

Para o gestor, o atual patamar de preço é emblemático porque está próximo do nível da crise Terra/Luna, estopim dos problemas nos fundos e corretoras que vieram em seguida.

”Por isso, acredito que ainda podemos ver um movimento de recuperação mais forte, visto que a adoção das tecnologias descentralizadas continua alta e um percentual cada vez maior da população conhece mais profundamente os méritos de investimento nessa classe de ativos”, disse.

Bitcoin amplia dominância

André Franco, chefe do Research do MB, destaca que o bitcoin ampliou a dominância entre as criptomoedas com a recente alta. “Com a subida mais forte do bitcoin, os demais ativos têm ficado para trás e, em consequência, a dominância cresceu. É provável que logo tenhamos uma pequena ‘alt season’ e ativos como o ether que ficaram para trás fechem esse gap, disse.

Na visão de Ludolf, o Ethereum e diversos outros projetos de criptoativos tiveram seus riscos regulatórios amplificados depois do colapso do Terra/Luna. Por outro lado, afirma, o aumento da dominância do bitcoin é um movimento usual no início dos ciclos de alta das criptomoedas que são seguidos pelas “alt seasons”, onde os projetos de vanguarda sobem mais que o bitcoin.

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