Mercado hoje: Ibovespa fecha em queda de 1% com pressão vinda de ações ligadas às metálicas e do exterior; dólar recuou

Ata do Federal Reserve, BC americano, mostra divisão entre dirigentes, mas sinaliza para pausa no ciclo de altas de juros em junho

Painel mostra movimentação no mercado de ações brasileiro. Foto: Divulgação/B3
Painel mostra movimentação no mercado de ações brasileiro. Foto: Divulgação/B3

O Ibovespa completou três sessões consecutivas de quedas nesta quarta-feira, pressionado pelo mercado externo. Além do imbróglio em torno do teto da dívida pública nos Estados Unidos, que mantém investidores cautelosos, perspectivas de piora na demanda por aço na China voltou a derrubar as ações de empresas ligadas às metálicas. Localmente, agentes também repercutiram a aprovação do texto-base do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.

No fim da sessão, o Ibovespa mostrava queda de 1,03%, aos 108.800 pontos. Na mínima intradiária, o índice à vista tocou os 108.546 pontos e, na máxima, os 109.920 pontos. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 18,37 bilhões no Ibovespa e R$ 22,97 bilhões na B3.

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O dólar fechou em queda nesta quarta. Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,36%, cotada a R$ 4,9534. No dia anterior, o dólar teve leve alta de 0,02%, aos R$ 4,9711. Com o resultado de hoje, a moeda norte-americana passou a acumular quedas de:

  • 0,84% na semana;
  • 0,68% no mês;
  • 6,15% no ano.

Em Nova York, o S&P 500 caiu 0,73%, aos 4.115 pontos, Dow Jones fechou em queda de 0,77%, aos 32.799 pontos e Nasdaq registrou perdas de 0,61%, aos 12.484 pontos.

Mais cedo, o petróleo Brent fechou em alta de 1,94%, a US$ 78,23 por barril.

Arcabouço fiscal

Por aqui, mais uma página foi virada na história do arcabouço fiscal. Ontem a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da proposta por 372 votos a favor e 108 contra. Agora, a proposta segue para apreciação no Senado.

Os parlamentares determinaram que governo deverá cumprir metas de resultado primário, com uma margem de tolerância de 0,25% para mais ou para menos.

Segundo a proposta, sempre que a economia estiver dentro da meta estabelecida, no ano seguinte, o teto de gastos terá um crescimento real equivalente a 70% do crescimento real da receita primária, acumulada durante um período de 12 meses até junho.

Ainda no exterior, o destaque fica por conta da ata da última reunião do Federal Reserve (banco central americano) que decidiu manter os juros na faixa entre 5% e 5,25%.

Ata do Fed

Ata do Fed (banco central dos Estados Unidos), divulgada na tarde desta quarta-feira, mostra que maioria dos membros do comitê defendem pausa no aumento dos juros nos EUA. Na ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed dos dias 2 e 3 de maio, os dirigentes do banco central americano estavam em dúvida sobre uma alta nos juros em maio. A decisão acabou sendo uma alta de 0,25 ponto percentual para o nível de 5% a 5,25%.

Para a próxima reunião de junho, os dirigentes seguiram divididos sobre o caminho do aperto monetário, mas com maior defesa para a realização de uma pausa.

Se há divisão sobre o caminho dos juros, os membros do Fomc são unânimes em afirmar que a economia seguiu se expandindo a um nível moderado no primeiro trimestre e que a inflação segue em nível elevado e inaceitável.

IPCA-15

O indicador de inflação IPCA-15 de maio, que será divulgado amanhã (25) pelo IBGE, é um dos mais aguardados da semana e será um dos balizadores da próxima reunião de política monetária do Banco Central em junho, onde alguns agentes do mercado já apostam em cortes de juros.

A projeção da corretora Warren Rena para o IPCA-15 é de 0,65% em maio e 4,22% em 12 meses. A casa aponta também que esta divulgação deverá trazer consigo o fim da deflação de alimentação no domicílio.

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