Brasileiros poderão pagar compras com Pix na Flórida em 2024

Fintech brasileira também está entrando no México e na América Central e já faz planos para a Ásia

Octavio farah, fundador e presidente do FitBank. Crédito: Divulgação
Octavio farah, fundador e presidente do FitBank. Crédito: Divulgação

A fintech brasileira FitBank está negociando uma parceria nos Estados Unidos que permitirá que brasileiros paguem suas contas na Flórida usando o PIX, tal como já fazem aqui.

“Acredito que deve acontecer no primeiro semestre de 2024”, disse à Inteligência Financeira o fundador e presidente do FitBank, Otávio Farah.

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O processo envolverá um parceiro local da Flórida – que o executivo não revelou o nome – para permitir a conversão entre reais e dólares e a devida liquidação.

Para o usuário final, o recurso deve aparecer por meio de uma empresa para a qual o FitBank fornece sua estrutura de serviços financeiros de forma terceirizada.

Farah garante que as transações serão tão instantâneas quanto as realizadas no Brasil, com a vantagem de serem mais baratas para o consumidor do que as pagas com cartões de crédito, por serem livres de IOF.

A estreia na Flórida, que abriga a maior comunidade de brasileiros nos Estados Unidos, foi uma escolha estratégica, enquanto o FitBank se prepara para alçar voos mais altos no país.

Expansão do Fitbank

Criado em 2015, o FitBank é mais conhecido por alugar sua estrutura de instituição de pagamentos para terceiros.

Ou seja, seu nome aparece pouco para os usuários finais, mas é o motor por trás de serviços prestados por gigantes como Nubank, C6, OLX e outros cerca de 160 clientes no Brasil.

Assim, com a rápida inovação tecnológica e regulatória, a companhia tem multiplicado seus serviços para transações tão distintas quanto crédito ao consumidor e desconto de recebíveis.

Com a rápida disseminação do PIX, o FitBank ampliou sua prateira, o que agora está sendo um diferencial para entrar em mercados que estão implementando modelos similares de pagamentos instantâneos.

É o caso do México, onde o FitBank já opera um piloto para operar no Dimo, a versão local do PIX.

A fintech também está entrando em mercados da América Central, como a Guatemala. Mas a próxima grande ofensiva do grupo é o mercado norte-americano.

“Vemos os Estados Unidos mais à frente como um grande centro para todo tipo de pagamentos, inclusive de transferências internacionais”, conta Farah.

FedNow e o Fitbank

Esse plano passa necessariamente para operar a versão estadunidense do PIX, o FedNow.

Oficialmente, o serviço foi liberado pelo Federal Reserve e estreou no último dia 20 de julho.

Porém, devido ao emaranhado de regulações bancárias nos EUA, incluindo questões jurídicas estaduais, a tendência é que o FedNow leve algum tempo para ganhar tração, disse o executivo.

O FitBank mesmo precisará ter lá uma licença de instituição de pagamentos semelhante à que tem no Brasil para operar o serviço, o que o executivo acredita que não acontecerá antes de um ano.

Nesse sentido, a parceria com o JPMorgan, que se tornou sócio do FitBank em 2020, pode facilitar o caminho.

Até lá, a fintech planeja fazer mais parcerias para operações de pagamentos por outros meios, como essa em negociação. Farah preferiu não revelar o nome do parceiro.

“Mas o potencial de negócios nos Estados Unidos é enorme porque há milhares de pequenos bancos com dificuldades tecnológicas”, disse.

Parecerias e aquisições

Enquanto isso, o FitBank vem fazendo outras parcerias e preparando sua estrutura de 580 funcionários, sendo cerca de 500 desenvolvedores, para ampliar a prateleira de serviços.

No ano passado, comprou o marketplace de crédito pessoal Easycredito.

Há dois meses, fechou parceria com a processadora norte-americana de cartões Marqeta, especializada em cartões virtuais.

O acordo permite, entre outras possibilidades, o uso de cartões para pagamentos de transporte por aplicativos, de comissões por venda remota e de benefícios.

Esse conjunto tem permitido ao FitBank atravessar sem sobressaltos um período mais difícil na indústria de fintechs, com várias reduzindo equipes para lidar com um cenário de taxas de juros maiores.

Segundo Farah, a empresa tem operado no azul desde o começo do ano e tem tido crescimento de cerca de 60% da receita no acumulado de 2023.

“Nós temos executado nosso plano de expansão com bastante disciplina”, afirmou o executivo.

Planos para o futuro

O calendário para as próximas etapas de expansão do FitBank, no entanto, já está desenhado.

“Ásia, com certeza, é um dos próximos destinos”, disse Herbert Moller, responsável pela expansão de negócios nacionais e internacionais do FitBank.

Moller disse que, após consolidar sua operação nos Estados Unidos, alguns mercados prioritários da fintech são Índia e Paquistão, pela dimensão e oportunidades de soluções.

Embora os executivos não vejam necessidade no momento de captar novos recursos para financiar o crescimento do negócio, uma possível listagem da empresa em bolsa já está no horizonte.

“É uma possibilidade”, disse Farah.

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