BNDES diz que será mais ativo em conselhos e na Embraer (EMBR3)

A instituição quer maximizar a participação nas empresas investidas

Sede do BNDES no Centro do Rio (Foto: Guilherme Leporace/ Agência O Globo)
Sede do BNDES no Centro do Rio (Foto: Guilherme Leporace/ Agência O Globo)

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) será mais ativo nos conselhos de administração das empresas investidas. Ao Valor, Natália Dias, diretora da área de mercado de capitais e finanças sustentáveis do banco de fomento, afirmou que a instituição quer maximizar a participação nas empresas investidas.

Sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o banco está fazendo análise nas empresas nas quais tem participação para ser mais ativo nos colegiados. O banco participa dos conselhos do JBS e da Tupy. Nos últimos quatros anos, o BNDES, no mandato de Jair Bolsonaro, a instituição foi pouco vocal, uma vez que a prática do governo anterior era de desinvestimento de suas participações nas empresas.

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Na Embraer (EMBR3), considerada empresa estratégica para o governo, Dias disse que o banco tem buscado ser mais atuante. A executiva também acumula a diretoria da BNDESPar, que reúne as participações societárias do BNDES em empresas estatais e privadas.

O banco apoiou dois nomes indicados para a chapa do novo conselho de administração da fabricante de aeronaves. O nome de Márcio Rosa, ex-procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo e secretário-executivo do Ministério de Indústria, Desenvolvimento e Comércio (MDIC), foi indicado pelo banco para compor o chapa da Embraer, que reduziu o total de assentos de 13 para 11. Rosa é nome de confiança do vice-presidente Geraldo Alckmin.

Outro nome que teve apoio do BNDES foi o de Pedro Wongtschowski, acionista do grupo Ultra, que já participava do conselho da companhia. Contudo, o nome de Wongtschowski, assim como o de Letícia Costa, que estavam na composição da chapa original fechada em março, foram excluídos.

Com o pedido do BNDES para indicar Márcio Rosa e a imposição da SPX para ter Mauro Cunha entre os nomes na lista final, os acionistas da Embraer decidiram tirar Costa e Wongtschowski para acomodar esses dois conselheiros.

“Para o banco, foi uma surpresa Wongtschowski não estar na lista”, disse Dias. Segundo ela, a trajetória do acionista do Ultra, que também é um dos nomes especialistas em inovação e conhecedor da Embraer (ele estava no conselho há oito anos), corroborou para o apoio do banco.

No caso da escolha de Alexandre Silva como presidente do conselho de administração pela sétima vez consecutiva, a executiva informou que o banco não participou ativamente dessa discussão, mas entende que o executivo tem experiência no setor.

Conforme o Valor informou, a chapa final teve apoio dos principais acionistas da Embraer.

Procurados, Embraer e Alexandre Silva não comentaram o assunto.

Por Mônica Scaramuzzo e Stella Fontes, do Valor Econômico

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