Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 8,8 bi no 2° tri, alta anual de 11,7%, e eleva previsão de crédito para 2023

Lucro foi o maior dentre os grandes bancos listados na B3 no 2° trimestre

Fachada da sede do Banco do Brasil, em Brasília (DF). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fachada da sede do Banco do Brasil, em Brasília (DF). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O lucro do Banco do Brasil (BBAS3) cresceu 11,7% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, refletindo forte crescimento do crédito, o que fez a instituição elevar suas previsões para 2023.

O banco controlado pelo governo federal anunciou nesta quarta-feira (9) que seu lucro líquido ajustado de abril a junho somou R$ 8,8 bilhões.

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Foi o maior lucro dentre os grandes bancos listados na B3 no 2° trimestre. O resultado veio acima do esperado. O consenso Refinitiv previa lucro líquido de R$ 8,592 bilhões no segundo trimestre.

No começo da semana, o Itaú Unibanco (ITUB4) havia reportado lucro de R$ 8,74 bilhões para o período, um aumento ano a ano de 13,9%.

O Santander Brasil (SANB11) teve queda de 43,5% no lucro do período, enquanto o do Bradesco (BBDC4) encolheu 36% no comparativo anual, ambos refletindo baixo crescimento do crédito e maiores despesas com provisões para perdas com calotes.

Crédito

No caso do BB, sua carteira de empréstimos atingiu R$ 1,04 trilhão, após ter crescido 13,6% em 12 meses.
O grande destaque foi o agronegócio, que disparou 22,7%.

Como consequência da expansão dos financiamentos, a margem financeira líquida do BB evoluiu 11,3%.
Isso refletiu tanto os efeitos do crescimento da concessão de crédito em linhas mais lucrativas quanto o salto de 56% no resultado positivo da tesouraria.

De quebra, as receitas com prestação de serviços do banco tiveram aumento de 5,6%, a R$ 8,3 bilhões.

Assim, o retorno sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, atingiu 21,3% no trimestre, aumento de 0,5 ponto em um ano.

Inadimplência

Por outro lado, o índice de inadimplência acima de 90 dias no banco atingiu 2,62%, acima dos 2,67% do trimestre anterior e dos 2% de um ano antes.

Embora tenha ficado abaixo dos níveis registrados pelos bancos rivais, isso fez o BB elevar em 144,3% a provisão para perda com inadimplência, a R$ 7,18 bilhões, refletindo a piora em linhas de créditos não consignados de pessoas físicas.

O aumento também foi impactado por um montante extra de R$ 2,55 bilhões de perdas relativas ao efeito Americanas, que pediu recuperação judicial em janeiro.

Previsões

O BB ainda anunciou mudanças em algumas das expectativas de desempenho para o acumulado de 2023.

A estimativa de crescimento da carteira de crédito, por exemplo, passou de 8% a 12% para 9% a 13%.
A projeção para a carteira de empresas subiu da faixa de 7% a 11% para 8% as 12%, enquanto a do agronegócio foi de 11% a 15% para 14% a 18%.

O BB também espera uma margem financeira bruta maior, de 22% a 26%, ante premissa anterior, de 17% a 21%.

Por outro lado, nas receitas de tarifas e serviços, a meta de crescimento de 7% a 11% foi diminuída para o intervalo de 4% a 8%.

E a expectativa para despesas com calotes cresceu de R$ 19 bilhões a R$ 23 bilhões para R$ 23 bilhões a R$ 27 bilhões.

Em comunicado separado, o BB informou ainda que se conselho aprovou pagar R$ 410,15 milhões em dividendos e R$ 1,868 bilhão em juros sobre o capital próprio, em 30 de agosto.

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