Balanços 2T2023: veja resultados de Natura (NTCO3), BRF (BRFS3), Caixa Seguridade (CXSE3), Vibra (VBBR3) e Cosan (CSAN3)

Temporada de balanços do segundo trimestre de 2023 das empresas listadas na B3 está na reta final

Painel mostra desempenho de ações na B3. Foto: Cris Faga/NurPhoto/Reuters
Painel mostra desempenho de ações na B3. Foto: Cris Faga/NurPhoto/Reuters

A Natura &Co (NTCO3) apresentou prejuízo líquido de R$ 732 milhões no segundo trimestre de 2023. O resultado negativo foi 4,6% menor do que o apresentado no mesmo período do ano passado.

O Ebitda, por sua vez, foi de R$ 753 milhões, alta de 25,8% ante o reportado de abril a junho de 2022. A receita líquida consolidada, por sua vez, foi de R$ 7,8 bilhões, uma queda de 4,1% sobre o segundo trimestre do ano anterior.

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Se considerada variação porcentual em moeda constante, porém, houve alta de 1,9% nesse indicador.

A margem bruta foi de 65,4%, em alta de 430 pontos-base (bps). Já a margem Ebitda ajustada foi de 9,7%, um aumento de 230 pbs na comparação com o mesmo período do ano passado.

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Para a companhia, o resultado reflete melhorias de margem em todas as três unidades de negócio, Natura &Co América Latina, Avon Internacional e The Body Shop, além de uma queda de 5,7% nas despesas corporativas.

O grupo fechou o trimestre com uma posição de caixa de R$ 3,7 bilhões.

O CEO da companhia, Fabio Barbosa, afirmou que o desempenho “continua a apresentar as melhorias já observadas no primeiro trimestre, com crescimento de um dígito baixo da receita líquida em moeda constante, e uma melhora significativa na margem Ebitda ajustada”.

“Isso foi impulsionado principalmente pela margem bruta, que se beneficiou dos efeitos de mix de produtos, mas foi parcialmente compensada por investimentos e pela inflação”, escreveu o executivo.

Ele pontuou ainda que o lucro líquido seguiu “impactado por um alto nível de despesas financeiras, que serão endereçadas na conclusão da venda da Aesop, prevista para ocorrer no terceiro trimestre deste ano”.

Ainda conforme o CEO, o segundo trimestre do ano foi um marco pelo início da “Onda 2” de integração entre Natura e Avon na América Latina, começando com o Peru e a Colômbia, que, segundo o executivo, “já demonstraram resultados iniciais bastante satisfatórios”.

“Ao entrarmos no segundo semestre, nosso foco se volta para o lançamento da Onda 2 no Brasil. Estamos satisfeitos com os aprendizados iniciais do Peru e da Colômbia, e estamos confiantes de que eles nos ajudarão a entregar resultados sólidos para o nosso maior mercado na região, e a outros que se seguirão”, afirmou Barbosa, no release de resultados.

BRF (BRFS3) amplia prejuízo

A BRF (BRFS3) registrou prejuízo líquido de R$ 1,337 bilhão no segundo trimestre de 2023, ampliando o prejuízo líquido contabilizado em igual período do ano passado, de R$ 451 milhões.

No primeiro trimestre deste ano, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,024 bilhão.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 1,006 bilhão no período de abril a junho, 32,7% abaixo do montante de R$ 1,496 bilhão apurado no segundo trimestre de 2022, porém 65,8% superior aos R$ 607 milhões registrados no primeiro trimestre de 2023.

A margem Ebitda ajustado foi de 8,2%, abaixo da margem Ebitda ajustado de 11,6% do intervalo correspondente do ano passado, mas avanço de 3,6 pontos porcentuais em comparação aos 4,6% do primeiro trimestre de 2023.

A receita líquida chegou a R$ 12,205 bilhões no segundo trimestre deste ano, 5,7% inferior à de um ano atrás e 7,4% menor do que a do primeiro trimestre de 2023.

De acordo com a empresa, o prejuízo líquido no último trimestre é explicado, principalmente, pelo resultado operacional “bastante afetado” pelo preço das proteínas, especialmente de frango, que segue em níveis mais baixos em diversas localidades, comprometendo a rentabilidade do portfólio in natura globalmente; pelo impacto da dívida designada como “hedge accounting”; e por despesas financeiras líquidas de R$ 1,099 bilhão.

A companhia informa que adicionou no trimestre 4,5 mil novos clientes e ampliou a presença de promotores nas principais lojas de varejo, o que contribuiu para a expansão do espaço em gôndola e para a maior aderência de preços sugeridos.

No mercado internacional, conquistou 15 habilitações para exportações para Ásia (China, Japão e Cingapura), África do Sul e Argentina.

“A melhora dos indicadores operacionais, o bom desempenho da categoria de processados no Brasil e o aumento gradativo dos preços em dólar contribuíram para a recuperação das margens (entre o primeiro e o segundo trimestres de 2023)”, explica a BRF no release de resultados.

A companhia acrescenta que, dentro do seu plano de eficiência BRF+, evoluiu em todas as frentes com uma captura de R$ 540 milhões no segundo trimestre e um total de R$ 1,2 bilhão desde a sua implementação, em setembro de 2022.

No release de resultados, a BRF também informa que concluiu em julho a oferta pública de ações que injetou R$ 5,4 bilhões na empresa, fortalecendo sua estrutura de capital, reduzindo dívidas e a alavancagem.

A operação contemplou um novo aporte da Marfrig e a entrada da Salic – The Saudi Agricultural and Livestock Investment Company – e, conforme a companhia, representou o maior follow-on realizado na América Latina neste ano.

“Seguimos focados em reduzir a dívida líquida e trazer a alavancagem da BRF para níveis adequados”, destacou Fabio Mariano, vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores.

Incorporando os recursos provenientes do aumento de capital em julho, a alavancagem pró-forma da BRF é de 2,42 vezes o Ebitda (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado nos últimos 12 meses). Sem tais recursos, a alavancagem em reais no segundo trimestre foi de 3,5 vezes, ante 2 vezes em igual intervalo do ano passado.

Lucro histórico da Caixa Seguridade (CXSE3)

A Caixa Seguridade (CXSE3), holding de seguros, previdência privada e capitalização da Caixa Econômica Federal (CEF), encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido recorrente de R$ 822,6 milhões, crescimento de 20,8% em um ano.

Em relação ao primeiro trimestre deste ano, os números vieram praticamente estáveis.

O resultado da companhia no trimestre foi o maior da história.

No primeiro semestre deste ano, o lucro da Caixa Seguridade subiu 34,3% ante o mesmo intervalo de 2022, para R$ 1,7 bilhão.

As receitas operacionais somaram R$ 1,1 bilhão, crescimento de 22,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa linha é composta dos resultados das empresas em que a Caixa Seguridade detém participações, e incluem ainda os resultados da Caixa Corretora, em que a holding é a única acionista.

As receitas das participações subiram 26,6% no último ano, de acordo com a companhia.

Já as receitas com distribuição subiram 17,1%, graças aos ganhos do novo modelo, em que a corretagem é feita pela própria Caixa.

No segundo trimestre deste ano, os prêmios de seguro emitidos pelas empresas da Caixa Seguridade subiram 5,6% em relação ao mesmo intervalo de 2022, para R$ 2,247 bilhões.

A holding destaca que o crescimento foi puxado pelos segmentos Vida (+16%) e Habitacional (9,6%), que tiveram os melhores resultados históricos.

Ainda em seguros, a sinistralidade caiu 1,9 ponto porcentual no espaço de 12 meses, e fechou o trimestre em 20,6%.

De acordo com a Caixa Seguridade, o desempenho do seguro prestamista ajudou a reduzir o indicador, que mede a frequência de acionamento dos seguros pelos clientes. Em previdência, as reservas da Caixa Seguridade somaram R$ 144,4 bilhões no final de junho, um crescimento de 17,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

As contribuições, por sua vez, somaram R$ 6,5 bilhões, baixa de 24,5% no espaço de um ano, mas alta de 3,7% em um trimestre.

A companhia afirma que o produto continua pressionado pela concorrência com outros produtos de captação na rede da Caixa.

Vibra (VBBR3) entrega lucro menor

A Vibra (VBBR3) apurou R$ 133 milhões de lucro líquido no segundo trimestre deste ano, uma queda de 81,2% ante o mesmo período de 2022. Na comparação com o intervalo de janeiro a março, houve recuo de 64,2%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Vibra Energia alcançou R$ 910 milhões, queda de 43,1% ante o montante reportado em igual período de 2022.

Na comparação trimestral, a queda foi de 32,3%. A receita líquida da companhia, por sua vez, somou R$ 37,363 bilhões no período, queda de 21,0% na comparação anual e recuo de 4,7% no intervalo trimestral.

A companhia informa que os resultados do segundo trimestre foram impactados por um cenário bastante desafiador.

Segundo a Vibra Energia, houve intensificação da entrada de diesel de origem Russa, praticamente substituindo essa molécula originada no golfo americano, principal origem de produto importado no mercado brasileiro, devido ao forte desconto de preço do produto russo.

A dívida líquida da companhia somou R$ 12,197 bilhões no primeiro semestre, valor 8,3% menor ao apurado nos seis primeiros meses de 2022.

Já a alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado, foi de 3,0 vezes no primeiro semestre deste ano, valor maior ante o apurado em igual período do ano anterior, em 2,8 vezes.

“O principal motivo do aumento da alavancagem foi o resultado Ebitda ajustado do período que foi impactado por uma grande perda de estoque no segundo trimestre de 2023 em oposição a um ganho de estoque no segundo trimestre de 2022”, informou a companhia no release.

Cosan (CSAN3) reverte prejuízo e tem lucro

A Cosan (CSAN3) encerrou o segundo trimestre de 2023 com lucro líquido de R$ 145,2 milhões. A empresa reverteu o prejuízo líquido de R$ 178 milhões apurado no mesmo período do ano passado.

O valor também representa uma recuperação ante o prejuízo líquido de R$ 686,5 milhões apurado nos três primeiros meses deste ano.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 4,424 bilhões no intervalo de abril e junho, avanço de 6,7% na comparação anual e recuo de 17,5% na relação trimestral.

A receita líquida, por sua vez, totalizou R$ 34,498 bilhões no mesmo período, um recuo de 19,4% ante o apurado um ano antes.

Na comparação com os três primeiros meses do ano, a variação é de 7,2% negativa.

Segundo a empresa, o portfólio de negócios da Cosan apresentou em mais um trimestre forte desempenho operacional.

“A evolução consistente na performance das companhias é fruto da execução com disciplina da estratégia de longo prazo, proporcionando uma combinação sustentável entre crescimento orgânico e aquisições”, disse a Cosan.

Com informações do Estadão Conteúdo

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