Via tem prejuízo líquido de R$ 163 milhões no 4º tri e reverte lucro do ano anterior

De outubro a dezembro, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 641 milhões, uma piora de 46% na comparação com o 4T21

Loja das Casas Bahia no centro do Rio de Janeiro. Empresa é umas das que pertencem à Via (VIIA3) - Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo
Loja das Casas Bahia no centro do Rio de Janeiro. Empresa é umas das que pertencem à Via (VIIA3) - Foto: Gabriel Monteiro / Agência O Globo

A Via (VIIA3) registrou prejuízo líquido de R$ 163 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 29 milhões reportado no mesmo período de 2021. No acumulado do ano, a varejista totalizou um prejuízo de R$ 342 milhões, número 15,2% maior do que o prejuízo reportado no ano anterior.

A receita bruta da companhia expandiu 9% em relação ao mesmo intervalo de 2021, para R$ 10,42 bilhões. De janeiro a dezembro de 2022, o indicador somou R$ 36,41 bilhões, praticamente estável no ano, com alta marginal de 0,1%.

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De outubro a dezembro, o resultado financeiro ficou negativo em R$ 641 milhões, uma piora de 46% em relação a igual intervalo do ano anterior. As receitas financeiras do período cresceram 131%, para R$ 51 milhões, enquanto as despesas financeiras atingiram R$ 698 milhões, uma piora de 42,7% na mesma comparação. A Via atribui o resultado principalmente ao aumento da taxa Selic, sendo parcialmente mitigado pela melhora obtida nos spreads sobre o custo.

As despesas de vendas, gerais e administrativas também aumentaram 23,4% no quarto trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, totalizando R$ 2,2 bilhões. No ano completo, entretanto, essas despesas ficaram em R$ 7,47 bilhões, uma melhora de 8,9% em relação ao acumulado de 2021.

“Reconhecemos um ano desafiador: inflação, demanda e crédito se deterioraram e, portanto, trouxeram desafios, principalmente para vendas e despesas. Esse contexto desenhou um 2023 pautado em eficiência, rentabilidade e disciplina de caixa”, diz a companhia no relatório de resultados.

A varejista encerrou o quarto trimestre com saldo de R$ 6,42 bilhões na conta de fornecedores, contra R$ 5,60 bilhões no mesmo intervalo de 2021. Deste total, R$ 2,46 bilhões são atribuídos a “fornecedores risco sacado”, R$ 652 milhões a “fornecedores portal” e R$ 830 milhões a “fornecedores não revenda”.

Apesar de se tratar de transações mercantis recorrentes entre a Via e seus fornecedores, a empresa diz que optou por abrir o montante de fornecedores portal, porque possibilita que seus fornecedores antecipem recebíveis com um desconto sobre o valor de face. A companhia também resolveu abrir os saldos de fornecedores não revenda.

“Nota-se, portanto, que o cálculo do número de dias de fornecedores (sem risco sacado) e não revenda tem prazo saudável para a operação, manteve-se praticamente estável versus o quarto trimestre de 2021 (ganho de 4 dias) e financia nosso capital de giro, com diferença de 26 dias em relação aos estoques”, afirma a companhia no release de resultados.

No trimestre, os investimentos da Via totalizaram R$ 210 milhões, queda de 45% em relação aos R$ 379 milhões do mesmo intervalo de 2021. Deste total, 80% foi direcionado para projetos relacionados à tecnologia e logística para suportar o crescimento e digitalização da companhia. No ano, os investimentos somaram R$ 1,01 bilhão, alta de 3% contra o ano anterior.

Além disso, foram abertas 15 lojas no trimestre, todas na bandeira Casas Bahia. Ao final de 2022, a companhia operava um total de 1.133 lojas. Em 2022, a varejista abriu 63 lojas e fechou 21.

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