Americanas (AMER3) quase quintuplicou operações de risco sacado desde 2015

Americanas deve publicar no dia 29 só uma prévia não auditada dos resultados de 2022

Interior de loja da Americanas (AMER3). Foto: Divulgação
Interior de loja da Americanas (AMER3). Foto: Divulgação

As operações de risco sacado que estão na raiz das inconsistências contábeis da Americanas tiveram início no exercício de 2015 e mais que quadruplicaram de valor nos anos seguintes, segundo aponta relatório entregue pelos administradores judiciais da varejista à Justiça. Risco sacado é uma operação de antecipação de valores que os fornecedores, usualmente de empresas de grande porte, têm a receber.

De acordo com informações compiladas no documento, o volume de operações de risco sacado totaliza R$ 3,44 bilhões em dezembro de 2015. Sete anos depois, em dezembro de 2022, esse montante chegava a R$ 15,9 bilhões. O relatório à Justiça contabiliza R$ 16,14 bilhões em dívidas referentes a operações de risco sacado que foram incluídas no processo de recuperação judicial da Americanas.

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Os administradores judiciais da Americanas pretendem divulgar informações financeiras e operacionais do grupo varejista com periodicidade semanal e mensal, segundo informações que também constam do relatório apresentado à Justiça na segunda-feira. Entre as informações que serão disponibilizadas semanalmente estão as demissões de funcionários, o fechamento de lojas e a rescisão ou celebração de contra tos que gerem impactos relevantes.

Além disso, estarão disponíveis mensalmente, por meio do site www.psvar.com.br, o fluxo de caixa diário realizado dos últimos 30 dias, a receita bruta nas lojas físicas e nos canais digitais para os últimos 12 meses, entre muitos outros dados.

Resultados anuais

Apesar da expectativa do mercado em relação a publicação, pela Americanas, dos resultados anuais e do quarto trimestre, a empresa já disse ao administrador judicial que muito provavelmente não irá apresentar os dados finais auditados.

A previsão é de publicação no dia 29, após remarcar a data antes prevista para o dia 16 de fevereiro.

Questionada sobre a publicação, a companhia afirmou ao administrador da sua recuperação judicial, o escritório de advocacia Zveiter, em relatório divulgado na noite de ontem, que deve apresentar uma prévia não auditada das demonstrações financeiras apenas.

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