Americanas: bancos credores terão 1ª rodada de conversas com consultoria contratada para renegociar dívidas

Luiz Muniz, sócio da Rothschild, terá ainda que mostrar que sua escolha foi acertada

Homem passa por loja da Americanas em Brasília. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Homem passa por loja da Americanas em Brasília. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O sócio da consultoria Rothschild, Luiz Muniz, terá uma primeira rodada de negociação com os bancos credores da Americanas nesta terça-feira, apurou o Valor. O executivo substitui o ex-presidente da varejista Sergio Rial, que deixou a empresa na última quarta-feira depois que apontar um rombo de R$ 20 bilhões no balanço da companhia, mas vinha representando os acionistas de referência nas primeiras rodadas de negociação.

Muniz, agora com o mandato formal da empresa para conduzir as conversas – que tendem a ser tensas, visto que a briga já está quente no Judiciário – terá ainda que mostrar que sua escolha foi acertada. No mercado houve, logo depois de seu anúncio, na tarde de ontem, desconfiança, visto sua proximidade com o trio Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, principais acionistas da Americanas. Sócio há 20 anos do Rothschild, Muniz é velho conhecido do trio e trabalhou por cerca de oito anos no banco Garantia.

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A reunião será com o time de reestruturação dos bancos, disse uma fonte. Em clima difícil entre as partes, agora os bancos querem ouvir as propostas de caminhos a serem tomados pelo assessor, para se definir se as conversas podem ser retomadas.

Na Justiça, os bancos não têm tido muito sucesso em seus pedidos. Por duas vezes o BTG, por exemplo, dono de uma dívida de R$ 1,9 bilhão, teve seu pedido de reter R$ 1,2 bilhão em garantias indeferido. Outros bancos, como o Bank of America, também já entraram no Justiça. Outros credores estudam alternativas.

Os bancos querem que uma capitalização por parte da empresa e garantida pelo trio de acionistas de referência seja anunciada rapidamente. Uma oferta de ações de mais de R$ 10 bilhões é apontada como o mínimo para equilibrar o patrimônio líquido da empresa, que deve ficar negativo após os ajustes que serão necessários.

Rial, na primeira rodada de conversas, disse que o trio se comprometia com uma capitalização de R$ 6 bilhões, mas com os bancos convertendo parte da dívida em ações. Os bancos dizem, contudo, que nenhuma proposta firme foi feita.

Por Fernanda Guimarães

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