Americanas oferece em reunião capitalização de R$ 10 bilhões, mas ainda não há consenso entre credores

Uma das razões é de que não houve uma conclusão, por parte dos credores, de que esse valor será suficiente para sanar o problema financeiro da varejista, disse uma fonte

Fachada das Lojas Americanas Foto: Divulgação
Fachada das Lojas Americanas Foto: Divulgação

A Americanas (AMER3) chegou na segunda-feira (6) a um valor de capitalização de R$ 10 bilhões em reunião com os bancos credores, mas ainda não existe um acordo, apurou o Valor. Uma das razões é de que não houve uma conclusão, por parte dos credores, de que esse valor será suficiente para sanar o problema financeiro da varejista, disse uma fonte.

Isso não significa que as negociações estagnaram. A reunião apresentou uma evolução nas conversas, principalmente depois de um encontro bastante tenso no dia 16 de fevereiro. Para os bancos, um aumento do valor da capitalização, de R$ 7 bilhões propostos no último encontro, para R$ 10 bilhões nesta segunda-feira, abriu a possibilidade de se conversar, disse uma fonte que acompanha as negociações. “Não teve uma conclusão, mas houve uma evolução nas discussões”, afirmou uma das fontes.

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Inicialmente, os bancos falavam que um valor mínimo de capitalização deveria ser da ordem de R$ 15 bilhões, mas nas últimas semanas ja se aventava R$ 13 bilhões. Desde a semana passada, no entanto, já se falavam que poderia ser suficiente um valor entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões, disseram fontes.

Os R$ 10 bilhões tinham sido apontados como o mínimo para se poder “sentar na mesa”. Até aqui, portanto, não há um consenso entre os bancos de qual deve ser o valor mínimo da injeção da capital para garantir a sobrevivência da companhia após a descoberta de um rombo contábil de R$ 20 bilhões.

Uma nova rodada de reuniões ainda não foi marcada, mas é esperada para acontecer até a próxima semana. Neste interim, outras reuniões pontuais com os bancos seguirão ocorrendo, com o objetivo de aparar as arestas para uma nova proposta formal.

A capitalização é apontada pelas instituições financeiras como o ponto inicial para o começo das negociações. Fora o aumento de capital em si, foi proposta há cerca de três semanas a conversão de R$ 18 bilhões das dívidas com os bancos em ações e em dívidas subordinadas e a recompra de R$ 12 bilhões da dívida em valor de face, com um desconto. Já é dados como certo, assim, que ao final do processo as instituições financeiras serão acionistas relevantes da companhia. Procurada, Americanas não comentou até o momento.

Por Fernanda Guimarães

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