Fim da Ame Digital: entenda o que acontece com o dinheiro da plataforma da Americanas

Saiba o que acontece agora com o dinheiro dos clientes da Ame Digital, que terá suas operações encerradas em dois meses

Encerramento da Ame Digital é decorrência do processo de recuperação judicial da Americanas (AMER3). 
Foto: Davi Corrêa/Futura Press/Estadão Conteúdo
Encerramento da Ame Digital é decorrência do processo de recuperação judicial da Americanas (AMER3). Foto: Davi Corrêa/Futura Press/Estadão Conteúdo

A Ame Digital não oferecerá mais serviços de conta de pagamento e PIX. Afinal, Americanas (AMER3) anunciou o encerramento das atividades da plataforma na segunda-feira (2). A companhia procura, então, interessados na aquisição do CNPJ da plataforma e outros ativos.

Dessa maneira, “a legislação exige que a instituição comunique com clareza os passos a serem seguidos e os prazos para a migração ou encerramento das contas”. A afirmação é de Mozar Carvalho, fundador do escritório Machado de Carvalho Advocacia. Assim, os clientes já estão recebendo esses comunicados.

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Saiba, portanto, o que acontece agora com o dinheiro dos clientes da Ame Digital e o destino dos contratos de crédito e seguro intermediados pela plataforma.

O que acontecerá com as contas de pagamento da Ame Digital? 

As contas de pagamento terão cancelamento automático quando o valor chegar a zero. As contas que não têm valores depositados já podem ser encerradas pelos usuários.

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Os especialistas recomendam que os clientes se antecipem e transfiram saldos para outras contas o quanto antes. Isso pode ser feito rapidamente, via PIX, para contas de outras instituições. Outra opção é utilizar o dinheiro até zerar o saldo.

Empréstimos e seguros

Quem tem empréstimos feitos via Ame deve entrar em contato diretamente com o parceiro da empresa que forneceu o crédito. Isso também vale para quem contratou algum seguro pela plataforma.

“A Ame não é financeira nem seguradora. Ela apenas ofertava a intermediação da contratação dessas facilidades”. A explicação é de Mirella Andreola, sócia da área de contratos e societário da Machado Associados.

E se a Ame for vendida?

No caso da Ame ter interessados na aquisição da fintech, “é possível que, no futuro, ocorra a venda de ativos da Ame”. Contudo, “os serviços serão encerrados mesmo em 2 de novembro para os usuários das contas”.

Fabio Braga, sócio da área de direito bancário e financeiro do Demarest, ressalta que a companhia já anunciou publicamente a sua intenção em descontinuar as operações da instituição de pagamento. Nesse sentido, instruiu os clientes a transferir ou utilizar os seus recursos. Então, isso ainda não foi formalizado.

“Assim, caso a Ame Digital venha a ter o seu controle transferido a terceiros, seria possível assumir a possibilidade de que os serviços de pagamento não fossem efetivamente descontinuados, o que tornaria também possível a manutenção das contas de pagamento”, pondera.

“No entanto, trata-se de uma mera cogitação. Por ora, vale a observação dos comunicados e instruções prestados pela instituição ao público”, acrescenta.

Existe risco de perder o dinheiro?

Dessa forma, não há riscos em perder dinheiro com o encerramento dos serviços. É o que afirmam os especialistas.

“A fintech é regulada pelo Banco Central, então, se submete a essas regras para liquidação das operações”. O destaque é de Marco Sabino, professor da FIA Business School.

Assim, a Ame Digital precisa manter valor equivalente a esses recursos depositado no Banco Central do Brasil ou em títulos públicos federais.

“Os recursos são patrimônio separado e a titularidade é do cliente”. Explica Eduardo Bruzzi, sócio do BBL Advogados e responsável pela área de pagamento e banking. “Assim, os valores não se confundem com o da instituição de pagamento”.

Então, o cliente precisa estar atento aos comunicados da Americanas (AMER3).

“Pode haver mudanças abruptas e onerosas nas condições da contratação de manutenção das contas”. O alerta é de Eduardo Terashima, sócio de contencioso do NHM Advogados.

O que acontece com o dinheiro após o dia 2 de novembro?

Os valores estarão disponíveis através do Sistema de Valores a Receber (SRV), do Banco Central. Isso vale para valores não utilizados ou transferidos pelo titular até o dia 2 de novembro.

Dessa maneira, o SRV é uma plataforma que permite aos cidadãos e empresas consultarem se possuem dinheiro esquecido em bancos e outras instituições fiscalizadas pelo BC.

Assim, em caso positivo, é possível solicitá-lo sem qualquer custo.

É possível resgatar o dinheiro do cashback?

Assim, o prazo para uso do cashback nas lojas físicas e no ambiente digital da Americans (AMER3) é de 60 dias. Portanto, quem não fizer isso até o dia 2 de novembro perde o saldo de cashback.

O cashback é o valor que os usuários recebem de volta na compra de determinados produtos. Essas quantias não têm transferência para outra instituição.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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