Dividendos da Taurus (TASA4): veja o que esperar dos proventos em 2025 e se vale a pena investir

Em 2024, houve apenas um pagamento de dividendos da Taurus (TASA4), bem discreto

Loja da fabricante de armas Taurus (TASA3, TASA4). Foto: Divulgação
Loja da fabricante de armas Taurus (TASA3, TASA4). Foto: Divulgação

O mercado se animou com o pagamento de dividendos da Taurus (TASA4) depois de nove anos sem que a empresa remunerasse seus acionistas. Isso aconteceu em 2022 e, na retomada, a empresa optou por distribuir 100% do lucro líquido ajustado.

Nesse sentido, à época, a empresa pagou R$ 194 milhões. Isso correspondeu a R$ 1,62 por ação. Contudo, agora, com uma postura mais crítica do governo com relação à abertura do mercado de armas, queda nas vendas e problemas na cadeia de distribuição, há ressalvas.

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Neste ano, já houve pagamento de dividendos da Taurus bem mais discreto: apenas um desembolso, em julho, de R$ 38,3 milhões.

Assim, pode ser que 2025 ofereça algumas barreiras para que a empresa volte a pagar bons dividendos. Ainda assim, os analistas consultados pela Inteligência Financeira se mostram animados com o pagamento de dividendos da Taurus, especialmente no médio prazo. Saiba o que eles dizem.

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Recuperação lenta e impacto sobre dividend yield

A Levante espera que os resultados “melhorem gradualmente” nos Estados Unidos e no Brasil “com o fim dos ajustes na cadeia de estoques”, diz Chrystian Matias. Ele é analista da Levante.

Contudo, essa melhora deve ocorrer de forma gradual. “Assim, não prevemos uma recuperação expressiva dos resultados em 2025. Portanto, não esperamos um lucro suficiente para justificar um dividend yield muito elevado, estimando algo em torno de 4% a 5%.

Para Marco Saravalle, estrategista-chefe da MSX, a Taurus tem uma política de remuneração aos seus acionista “agressiva”. A afirmação está baseada na garantia, via estatuto, da distribuição de no mínimo 35% do lucro líquido ajustado, acima do imposto mínimo por lei, de 25%. “Isso garante um payout elevado”, acrescenta.

Nesse sentido, o analista acredita que a companhia se manterá no índice de pagadora de dividendos da B3, o IDIV.

Assim, Saravalle vê ainda “bons fundamentos” para a empresa. Ele menciona “forte controle em seus custos, margem bruta acima de seus pares, disciplina de caixa e baixo índice de investimento com recursos próprios”. O que pode significar bom pagamento de dividendos pela Taurus.

Ações foram destaque no governo Bolsonaro; e agora?

No Brasil, as vendas da Taurus estão mais fracas, segundo análise da Levante, com recuperação mais lenta do que o esperado pelo mercado.

Para Chrystian Matias, os resultados divulgados neste ano “podem gerar preocupações quanto à vendas e preços nos Estados Unidos, além das incertezas sobre a trajetória de recuperação das vendas no Brasil”.  

Ainda assim, a perspectiva é positiva, na visão do analista. “Embora os resultados tenham, de fato, acendido um alerta, permanecemos confiantes de que a Taurus apresentará uma recuperação no médio prazo”.

Para Saravalle, os papéis seguem sendo boa opção, tendo em vista que “a Taurus sempre teve uma atuação forte no mercado externo, principalmente, no maior mercado do mundo, o americano”.

Por isso, uma política mais crítica do governo Lula com relação ao mercado de atuação da empresa pode não afetar tanto o desempenho da companhia, na visão de Saravalle.

Aparentemente, é como pensa também o megainvestidor Luis Barsi, que atingiu participação de 10% das ações preferenciais da Taurus (TASA4).

Cadeia de distribuição pode ser entrave para recuperação

Contudo, Matias, da Levante, diz que “a companhia tem enfrentado desafios no mercado dos Estados Unidos, com vendas pressionadas devido a ajustes na cadeia de distribuição”.

“Os distribuidores reduziram seus estoques após uma expectativa de demanda mais alta, que não se concretizou”, disse Matias.

“Além disso, enfrentam custos elevados para carregar esses estoques em um cenário de inflação e juros mais altos”, acrescenta.

Assim, outro motivo que pressiona os resultados da empresa é a crescente competição no setor, “levando a Taurus a oferecer mais descontos e reduzir seus preços, o que impactou negativamente suas vendas”.

“Reconhecemos que os investidores possam esperar sinais mais claros de recuperação antes de retomar a confiança na tese, mas acreditamos que as ações estão sendo negociadas com uma margem de segurança adequada”, conclui Matias.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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