Enchentes no RS: aeroporto e porto podem ficar parados até o fim de maio; qual o impacto?

Principal porto e aeroporto do estado não devem voltar a operar por pelo menos 30 dias, mas normalização completa pode levar meses

Cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, afetada pelas enchentes. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul, afetada pelas enchentes. Foto: Ricardo Stuckert/PR

As atividades do aeroporto internacional Salgado Filho e do Porto do Rio Grande, principais canais de escoamento da produção do Rio Grande do Sul, estão suspensas devido às enchentes históricas que atingem o RS desde a semana passada.

Assim, não há uma data prevista para retomada das operações dos terminais.

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A expectativa dos operadores é de que as atividades possam voltar até o fim do mês.

Dessa forma, mesmo com a reativação total dessas infraestruturas, a normalização completa tende a levar meses para acontecer.

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Especialmente para o porto.

Então, segundo o governo gaúcho, há pelo 30 pontos de interdição parcial ou total de estradas no estado, várias delas danificadas por erosão.

Qual a dimensão econômica dos possíveis impactos da paralisação dessas infraestruturas devido às enchentes no Rio Grande do Sul?

Enchentes no RS: aeroporto Salgado Filho

Então, segundo dados da Porto Alegre Airport, concessionária que opera o Salgado Filho, pelo terminal passam cerca de 556 mil passageiros por mês, em cerca de 5,4 mil voos.

Dessa forma, o aeroporto liga a capital gaúcha até 23 destinos nacionais, além de rotas internacionais como Buenos Aires, Cidade do Panamá, Lisboa, Montevidéu e Santiago.

Assim, quase um quinto dos passageiros que passam pelo Salgado Filho vão e voltam de destinos fora do país.

Então, além da tragédia humana, que já deixou quase 100 mortos e mais de 100 mil desabrigados, segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, as inundações são um novo choque econômico para o estado, que responde por cerca de 6,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Dessa maneira, inundado, o aeroporto, que vinha com aumento de cerca de 20% das operações neste ano em relação ao ano passado, tem a segunda paralisação crítica em pouco mais de quatro anos, enquanto ainda se recuperava dos efeitos da pandemia da Covid-19.

Porto do Rio Grande

O Porto do Rio Grande escoa 30% da produção do estado para exportação, com destaque para o agronegócio, sobretudo arroz e soja.

Além disso, trata-se do canal por onde escoa a produção de grandes indústrias com atividade importante no estado, casos de Marcopolo (POMO4), Randon (RAPT4), Fras-le (FRAS3), WEG (WEGE3) e Kepler Weber (MYPK3).

Dessa maneira, a Braskem (BRKM5) anunciou a parada programada das suas plantas situadas no Polo Petroquímico de Triunfo, que representa cerca de 30% da capacidade de produção de eteno no Brasil.

A Porto RS, operadora do sistema portuário do estado, estima que a normalização deve acontecer em 30 dias.

Os portos Rio Grande e de Pelotas estão operando normalmente.

A XP estima que o Rio Grande do Sul representa 14,5% da produção brasileira na safra 23/24.

Assim, com base nas estimativas da soja que ainda ia ser colhida (25% do total) e as regiões mais afetadas pelas chuvas, a casa de análise estima perda de colheita de aproximadamente 5% no estado.

Então, para empresas de transportes, a XP estima que as operações gaúchas representam cerca de 5% dos resultados de CCR (CCRO3), Rumo (RAIL3) e Azul (AZUL4).

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