Vivo brilha e Bradesco decepciona: as previsões do Santander para a safra de balanços do 2º tri

No conjunto, economia resiliente e inflação controlada devem garantir bom desempenho médio das empresas

Agência do Bradesco na Avenida Paulista. Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo
Agência do Bradesco na Avenida Paulista. Foto: Nilton Fukuda/Estadão Conteúdo

O Carrefour Brasil (CRFB3) dá partida na noite desta segunda-feira (22) à temporada de balanços do segundo trimestre de 2024 entre empresas listadas na B3.

Para o Santander, no conjunto as empresas de sua esfera de cobertura devem trazer aumento de 4% da receita líquida, de 21% no resultado operacional medido pelo Ebitda e de 17% no lucro líquido na comparação anual.

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“Apesar da piora das condições financeiras (…) o trimestre apresentou atividade resiliente e inflação controlada, o que deve permitir um bom desempenho médio das empresas”, diz trecho do relatório.

Individualmente, a equipe do banco acredita que SmartFit (SMFT3), Vivo (VIVT3), Rumo (RAIL3) e Suzano (SUZB3) podem ser os destaques positivos.

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Por outro lado, Aline Cardoso e equipe preveem que Bradesco (BBDC4), Petz (PETZ3), Localiza (RENT3) e Gerdau (GGBR4) não trarão as melhores notícias da temporada.

Confira as estimativas do time de análise do Santander por setores na B3.

Commodities

Volumes de venda mais altos, aliados a custos ligeiramente menores devem ajudar Vale (VALE3), CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3), prevê o banco.

Isso deve compensar os preços de minério de ferro mais fracos.

Para o setor de papel e celulose, preços e volumes maiores de vendas devem garantir aumento de receitas para Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11).

Para as siderúrgicas, o Santander espera resultados trimestrais relativamente estáveis, mas com recuperação de margem para os produtores de aços planos.

Finanças

A expectativa é de aumento de receitas para o BTG Pactual (BPAC11) apoiadas em mais empréstimos a empresas e à gestão de recursos e riquezas.

Por outro lado, as receitas em banco de investimento devem recuar, devido ao momento mais adverso no mercado de capitais.

Enquanto isso, as despesas devem ter crescido 4% ano a ano, explicada por salários e benefícios.

Em relação ao Banco do Brasil (BBAS3), a previsão é de um resultado menos brilhante na comparação sequencial.

Entre os pontos de atenção, estão possível piora nos empréstimos para o agronegócio e maiores despesas administrativas.

Isso pode levar investidores a acreditar que foi um trimestre de baixa qualidade, fazendo com que as ações caiam, considerou o Santander.

Enquanto isso, para o Itaú Unibanco (ITUB4), a previsão é de lucro líquido de R$ 10 bilhões, aumento anual de 14%. Isso deve vir apoiado em crescimento das receitas e controle da qualidade dos ativos. Como resultado, o Itaú deve colher provisões estáveis para inadimplência ​​e despesas operacionais controladas, com rentabilidade sobre o patrimônio de 22,4%.

Em contrapartida, para o Bradesco (BBDC4), a previsão do Santander é pior do que a da média do mercado.

“A recuperação dos lucros do banco é um longo caminho”, afirmaram os analistas.

Para as empresas de pagamento, o relatório aponta para crescimento de Stone (STOC31) e PagBank (PAGS34), essas empresas tendo melhores desempenho que Cielo (CIEL3), que deve ter crescido abaixo da média da indústria no trimestre.

Varejo e teles

No varejo, a expectativa do Santander é de melhoria gradual, com diferentes impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e de questões fiscais.

Para telecomunicações, os analistas preveem resultados sólidos, com as empresas mantendo crescimento de receita acima da inflação e lucratividade saudável.

As tendências sólidas de crescimento das receitas devem se apoiar no segmento móvel, à medida que as operadoras continuam implementando aumentos de preços.

Além disso, os analistas avaliam que Vivo e TIM (TIMS3) devem pagar neste ano, respectivamente, 9% e 8% a mais de dividendos do que em 2023.

Destaques positivos na temporada de balanços

SmartFit (SMFT3): destaque do trimestre deve ser a operação do México.

Vivo (VIVT3): Santander estima lucro de R$ 1,4 bilhão no 2T24, ajudada por reconhecimento positivo de R$ 300 milhões decorrente de um acordo judicial.

Rumo (RAIL3): após números frustrantes no primeiro trimestre, a operadora de ferrovias vem apresentando surpresas positivas nos últimos meses. Isso somado a novos contratos com rentabilidades favoráveis, podem resultar em uma surpresa positiva.

Suzano (SUZB3): aumentos de preços da celulose na China e na Europa, devem garantir aumento de receitas para a empresa.

Contudo, este resultado parece já estar refletido no mercado.

Destaques negativos na temporada de balanços

Bradesco (BBDC4): analistas preveem lucro líquido recorrente de R$ 4,29 bilhões (ROE de 10,7%), queda de 5% ano a ano.

O crédito deve ter acelerado, mas isso pode ser ofuscado por piora na margem financeira com o mercado.

O banco pode vir com melhora na qualidade dos empréstimos para pessoas físicas, porém com aumento das provisões devido ao crescimento da carteira de crédito.

Petz (PETZ3): a empresa deve trazer nova rodada de resultados fracos, sem aceleração relevante das receitas, nem reversão da tendência de queda das margens.

Localiza (RENT3): a empresa pode relatar expansão material da depreciação de veículos, refletindo a recente deflação de preços de veículos leves.

Além disso, o resultado deste trimestre refletirá os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. É possível que esses efeitos combinados resultem num lucro líquido inferior às expectativas de consenso do mercado, aponta o Santander.

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