UE apresenta plano para proibir importações de petróleo da Rússia

Cerca de 25% do petróleo consumido pela UE é comprado da Rússia

Ataque da Rússia à cidade ucraniana de Mariupol (Foto: Felipe Dana/AP)
Ataque da Rússia à cidade ucraniana de Mariupol (Foto: Felipe Dana/AP)

A União Europeia apresentou nesta quarta-feira (4) um plano para proibir as importações de petróleo da Rússia, como parte da resposta à invasão da Ucrânia. A medida faz parte de um novo pacote de sanções que também visa o maior banco russo e as principais emissoras do país.

Em um discurso no Parlamento Europeu, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs aos países do bloco a eliminação gradual das importações de petróleo bruto em um período de seis meses e de produtos refinados até o final do ano.

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“Garantiremos a eliminação gradual do petróleo russo de forma ordenada, de uma maneira que permita a nós e a nossos parceiros garantir rotas alternativas de abastecimento e minimizar o impacto nos mercados globais”, disse Von der Leyen.

As propostas precisam ser aprovadas por unanimidade para entrar em vigor e provavelmente serão objetivo de um debate acalorado. Von der Leyen admitiu que “não será fácil” conseguir que todos os 27 países — alguns deles totalmente dependentes da energia russa — concordem com as sanções ao petróleo.

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Hungria e Eslováquia já disseram que não apoiam o embargo ao petróleo, mas Von der Leyen não explicou se os dois países seriam isentos de aplicar as sanções, embora isso pareça provável.

Cerca de 25% do petróleo consumido pela UE é comprado da Rússia. Grande parte dos barris é usada na produção de gasolina e diesel para veículos. O corte pode elevar os preços já altos do combustível para caminhões e tratores no bloco.

Se aprovada, esta será a segunda sanção europeia contra a lucrativa indústria de energia da Rússia por causa da guerra contra a Ucrânia. No mês passado, os países do bloco aprovaram um embargo ao carvão produzido por Moscou.

A UE abriu as discussões sobre uma possível proibição às importações de gás natural, mas é difícil garantir um consenso entre os membros do bloco. Cerca de 40% do gás consumido pela região vem da Rússia, com alguns países, como a Alemanha, altamente dependentes do produto russo.

Os bancos também estão na mira do braço executivo da UE. Von der Leyen afirmou hoje que o bloco quer tirar o Sberbank, principal instituição financeira da Rússia, do Swift, o sistema global de transações financeiras.

“Também desativaremos o Swift de dois outros grandes bancos na Rússia. Com isso, atingimos bancos que são críticos para o sistema financeiro russo e a capacidade de [Vladimir] Putin de promover a destruição”, disse ela.

Von der Leyen acrescentou que três grandes emissoras russas que estariam espalhando desinformação sobre a guerra na Ucrânia também serão alvo das sanções. “Elas não poderão mais distribuir seu conteúdo na UE, seja qual for o formato, por cabo, satélite, internet ou aplicativos de smartphone”, afirmou.

A presidente da Comissão Europeia não revelou os nomes das emissoras, mas as classificou como “porta-vozes que amplificam agressivamente as mentiras e a propaganda de Putin”. “Não devemos mais dar a elas um palco para espalhar essas mentiras”, acrescentou.

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