Rombo na Americanas: lucro dos grandes bancos pode cair até 30%, avalia XP

BTG, Santander e Bradesco devem ser as instituições mais afetadas com o risco de calote da varejista

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O debacle da Americanas pode afetar significativamente os resultados trimestrais dos grandes bancos. Após a divulgação da lista de dívidas da varejista, a XP fez um estudo para tentar avaliar o impacto nas principais instituições financeiras. As mais afetadas seriam BTG, Santander e Bradesco, que podem ver o lucro do período ser reduzido entre 20% e 30%. Itaú e Banco do Brasil teriam um baque menor, de menos de 10% do lucro.

“No geral, esperamos um impacto maior do caso da Americanas no BTG, seguido pelo Santander e pelo Bradesco, já que esses bancos têm a maior exposição relativa à dívida da Americanas. O maior provisionamento no curto prazo não deve apenas reduzir marginalmente seus índices de capital, mas também pressionar temporariamente seus ganhos e lucratividade”, diz o relatório assinado pelo analista Renan Manda.

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“Provisões adicionais do valor remanescente poderão ser constituídas nos trimestres seguintes caso o novo cronograma de pagamentos da empresa sofra atrasos ou caso os bancos façam rebaixamentos adicionais em sua classificação de risco [para a Americanas]”, acrescenta.

A análise da XP considera uma provisão de 50%, que como o Valor deve ser o mínimo que os bancos adotarão. O rombo de R$ 20 bilhões na Americanas foi anunciado no dia 11, mas ainda não está claro se os bancos registraram as provisões no balanço do quarto trimestre de 2022 (como evento subsequente) ou no do primeiro trimestre de 2023.

O Bradesco é o banco com a maior exposição total, de R$ 4,8 bilhões. Ou seja, se provisionasse 50%, o impacto seria de aproximadamente R$ 2,4 bilhões. Santander, com exposição de R$ 3,6 bilhões, provisionaria R$ 1,8 bilhão. Itaú tem exposição de R$ 2,8 bilhões e provisionaria R$ 1,4 bilhão. Banco do Brasil tem exposição de R$ 1,4 bilhão e provisionaria quase R$ 700 milhões. BTG, com exposição de R$ 3,5 bilhões, provisionaria R$ 1,75 bilhão.

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