Rali no fim de ano está cancelado? Veja em que patamar o Ibovespa deve fechar em 2024
O rali de final de ano acontecerá? Veja o que analistas falam sobre o que vai acontecer com o Ibovespa depois da queda em 2024.
O rali no fim de ano ainda pode acontecer? O desempenho ruim da bolsa até aqui gera desconfiança nos investidores. Mas as tradicionais altas de novembro e dezembro estão canceladas em 2024 para o Ibovespa?
O Itaú BBA, por exemplo, ainda acredita que o Ibovespa pode fechar o ano acima dos 130 mil pontos, chegando até os 132 mil. Uma alta discreta com relação à vista no ano passado. E abaixo do valor nominal do índice ao final de 2023.
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Ainda assim, há desafios para o índice alcançar esse patamar. O Ibovespa (que está em 127 mil) encontrará resistências em 128,3 mil pontos. Depois, em 130,1 mil.
“Passando deste (130,1 mil pontos), o índice ganhará um novo impulso no movimento de recuperação. Assim, encontrará próximas resistências em 131.400 e 132.300 pontos”, diz Fábio Perina, estrategista de ações do BBA e que realiza uma análise gráfica sobre o movimento da bolsa de valores.
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Juros achatam valor das empresas do Ibovespa
Para o economista André Perfeito, o rali de final de ano está efetivamente cancelado. “(O Ibovespa) deve subir bem pouco, na verdade”.
“Nesse sentido, a perspectiva é de juro para cima, e aumentando”, avalia. “Isso faz com que o fluxo de caixa descontado jogue o preço presente das empresas para baixo”, complementa Perfeito.
Uma possível nova alta do índice está pendurada no corte de gastos. Ainda que ele venha, como tem prometido o governo, não deve ser suficiente para garantir a dispara costumeira de fim de ano.
Investimento estrangeiro no Ibovespa
A bolsa de valores aponta saída superior a R$ 30 bilhões de investimentos estrangeiros. Ou seja, os ativos de risco brasileiros foram prejudicados.
Além disso, os investidores institucionais também partiram para outros mercados. Inclusive o de renda fixa local.
Para Perfeito, “não dá mais tempo de reverter” o cenário neste ano. “A leitura é muito pessimista para o Brasil. Se os juros continuarem a subir forte, como a ata do Copom sugere mais uma vez, e levando em conta que talvez os dados econômicos piorem, a bolsa não deve ter muito espaço para subir este ano”, arremata.
Rali cancelado e novas baixas no horizonte?
Sim, isso pode acontecer. O relatório do BBA faz alerta sobre a possibilidade de o índice descer mais.
“O Ibovespa segue pressionado na região de suporte e encontra os 126.900 pontos como primeiro sinal de alerta.”
“A perda dessa região poderá conduzir o índice aos suportes em 125.000 e 123.000 pontos”, complementa o relatório do BBA.
Para entender | Sonho de uma noite de verão |
Aqui, cabe o clichê de citar o trabalho talvez mais conhecido de William Shakespeare. Foi no fim do ano passado, em dezembro, que começou a circular no mercado a informação (esperança) de que a bolsa de valores poderia atingir no ano seguinte, 2024, o patamar de 150 mil pontos. Mas o sonho começou a se desfazer no primeiro semestre. Mas até junho havia ainda a esperança de que o Ibovespa se recuperaria e se não chegasse aos 150 mil pontos, estaria por volta deste patamar. Mas dezembro de 2024 bate à porta do mercado e nem sinal disso acontecer. Foi mesmo um sonho. |
O que pode mudar o cenário?
Gustavo Harada, gestor de renda variável da Blackbird, vê a possiblidade de o Ibovespa chegar a 135 mil pontos até o final de 2024. Ele conta com a apresentação do pacote de corte de gastos por parte do governo federal.
Além disso, uma alta das commodities ajudaria os ativos brasileiros. Contudo, isso depende do aumento da demanda global em patamares ainda improváveis.
Então, se isso acontecer, o fluxo de capital estrangeiro pode encontrar no Brasil um destino interessante. “Temos muitos bons ativos ainda. E com muita assimetria com relação ao valuation”, diz Harada.
Ainda assim, ele diz que é improvável que o Brasil consiga atrair de volta, ainda neste ano, os R$ 30 bilhões de investimento estrangeiro que foram embora.
Além disso, pode ser deflagrado um cenário mais negativo que o atual, “com piora fiscal, desaceleração econômica, principalmente vinda da China, indicadores ruins nos Estados Unidos, e risco global, com alguns conflitos geopolíticos”, conclui.