Vai ter rali da bolsa neste fim de ano? Saiba o que pensam 140 gestores do Brasil e do exterior
Nova edição do PodInvestir recebe Daniel Gewehr, estrategista chefe de ações do Itaú BBA, que comenta pesquisa com investidores e responde: apostar ou fugir da bolsa?
Entra ano, sai ano e a história se repete. Novembro caminha para o fim e o mercado se anima com a perspectiva de um rali da bolsa de fim de ano. A tradicional expectativa de uma súbita alta nas ações, capaz de remunerar o investidor com uma verba extra para o Natal e o réveillon.
No ano passado, a situação andava morna até meados de novembro. De repente, o mercado se animou e as últimas semanas registraram alta de 30% no Ibovespa. Mas e em 2024, o que esperar? Para Daniel Gewehr, estrategista chefe de ações do Itaú BBA, o entrevistado de novembro do PodInvestir, a resposta é pouco animadora.
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“O investidor não está muito esperançoso”, disse ele, durante episódio que avalia as perspectivas da renda variável não apenas para o restinho deste ano, mas principalmente para 2025. “Espero que eu esteja errado, mas a probabilidade é um pouco abaixo de 50%”, afirmou.
Daniel Gewehr falou ao PodInvestir após concluir levantamento com os 140 dos gestores de fundos de investimento mais relevantes do mercado, entre brasileiros e estrangeiros. A partir das respostas que colheu, ele traçou um panorama sobre o mercado de ações – no Brasil e nos Estados Unidos – para os próximos seis meses.
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O PodInvestir de novembro, com a entrevista completa com Daniel Gewehr, está disponível no Spotify, no YouTube ou em sua plataforma favorita de áudio.
Rali da bolsa
“A gente fez essa pergunta (sobre o rali da bolsa de fim de ano). E apenas 30% responderam que esperam uma chance de rali”, destacou Daniel Gewehr.
O especialista do Itaú BBA lembrou que, no ano passado, após um novembro positivo para as ações, o mês de dezembro registrou um salto de quase 30% na bolsa de valores brasileira. Mas, agora, embora ainda exista esperança, a situação é diferente.
“A gente tem o que eu chamo de investor mood, o humor do investidor. Hoje, no entanto, o mercado está precificando um cenário 80% pessimista”, contou.
Juros para cima, bolsa para baixo
Segundo ele, a atual política contracionista do Banco Central capta bem essa perspectiva pouco favorável para as ações. O BC já aumentou em 75 pontos-base a taxa de juros Selic nas duas últimas reuniões. E, segundo o mercado, deve elevar em mais 50 pontos na última reunião, no próximo dia 11 de dezembro.
“A gente está precificando um cenário ruim, com NTN-B entre 6,5%, 7%. Pode piorar? Pode, se o governo não fizer nada do ponto de vista fiscal”, disse.
O que pode acionar um rali da bolsa?
Daniel Gewehr avalia que o mercado de ações no Brasil está dependente de uma fato novo, capaz de destravar o valor dos ativos.
Para ele, a chave para um rali da bolsa estaria com o governo. “Se eu conseguisse mostrar uma trajetória crível, nossa curva longa poderia cair 100, 200 bips muito rápido (1% a 2% de queda na Selic)”, afirmou.
“E alimentaria não só o investidor, mas também (o empresário). Hoje, por exemplo, você vê o empresariado brasileiro, o investimento privado está caindo. Está tudo mundo mais conservador”, destacou.