Petrobras e Novonor adiam mega oferta de ações da Braskem

Petroleira atribuiu a decisão a condições ruins do mercado

Fábrica de cloro e soda da Braskem (BRKM5): Foto: Divulgação
Fábrica de cloro e soda da Braskem (BRKM5): Foto: Divulgação

A Petrobras confirmou nesta sexta-feira (28) que, junto com a Novonor, decidiu adiar a oferta de ações da Braskem por meio da qual as duas acionistas poderiam conseguir mais de R$ 8 bilhões. A informação foi antecipada pelo Pipeline, do Valor, na noite de quinta (27). Em comunicado ao mercado, a petroleira disse que a decisão foi tomada “em decorrência da instabilidade das condições do mercado de capitais, que resultaram, neste momento, em níveis de demanda e preço não apropriados para a conclusão da transação”.

Os investidores pediram um desconto de mais de 15% sobre o preço de mercado do papel, disseram duas fontes ao Pipeline. Quando a Braskem anunciou a oferta secundária — um processo que daria início à transformação da petroquímica em uma corporation —, as ações negociavam a R$ 52,02.

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De lá para cá, os papéis da Braskem já caíram 11,9%, fechando o pregão de quinta (27) a R$ 45,80. Os gestores concentraram as ordens em R$ 40, aproveitando o interesse das empresas em resolver a questão rapidamente (principalmente a Novonor, que tem contas a pagar). A este preço, o montante da operação cairia para R$ 6,2 bilhões e a companhia não tinha book mínimo para ajustar.

Os controladores não toparam o preço – no caso da Novonor, a empresa já tem uma régua mínima com os bancos credores, que detêm suas ações em garantia, e por isso, segundo uma fonte, a discussão nem chegou a envolvê-los. A oferta de Braskem era coordenada por Morgan Stanley, J.P. Morgan, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, Itaú BBA, Santander e UBS.

A desistência da oferta de Braskem também dá um indicativo das dificuldades que a BRF pode ter para emplacar o follow-on na terça-feira (1). A transação, que poderia trazer quase R$ 8 bilhões ao caixa da dona da Sadia e da Perdigão, sofreu um revés na semana passada com os movimentos da Petros para impedir que a Marfrig, uma âncora natural da operação, fique com as sobras.

No entendimento do fundo de pensão, que apresentou um parecer do ex-CVM Marcelo Trindade, qualquer investidor que ultrapasse 33,3% do capital da BRF será obrigado a pagar um prêmio de 140% sobre o restante das ações. Depois disso, fontes próximas à Marfrig vêm sinalizando que não vão pagar para ver, já que o disparo da poison pill custaria R$ 5 bilhões só de prêmio. A BRF precisa convencer mais investidores a aderir à operação.

(Com edição de Denyse Godoy)

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