Vale despista sobre dividendo extra e diz que acordo da tragédia de Mariana deve ser feito no Brasil

O CEO Gustavo Pimenta minimizou as chances de grandes aquisições por parte da mineradora

Gustavo Pimenta,  eleito novo CEO da Vale — Foto: Reprodução Linkedin
Gustavo Pimenta, eleito novo CEO da Vale — Foto: Reprodução Linkedin

Executivos da Vale (VALE3) se manifestaram nesta sexta-feira (25) sobre assuntos como dividendos extraordinários, fusões e o acordo envolvendo o desastre da barragem de Mariana, em Minas Gerais.

Em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados do terceiro trimestre, o grupo de porta-vozes do presidente-executivo da companhia, Gustavo Pimenta, também se manifestou sobre renovação de ferrovias e expectativas por ganhos de eficiência.

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As ações da empresa ampliaram ganhos na B3 após a teleconferência e subiam mais de 4% por volta das 15h30 (horário de Brasília).

Assim, confira destaques da apresentação da tarde desta sexta-feira, por temas:

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Resolução do caso Mariana deve ser no Brasil, diz CEO da Vale

“A jurisdição correta para fazer o acordo de Mariana é o Brasil”, disse Pimenta.

Seu comentário veio em resposta a uma pergunta a respeito de um processo na Grã-Bretanha questionando a responsabilidade da BHP na Samarco.

A Samarco é um joint venture entre a Vale e a BHP, responsável pela barragem de Fundão, em Mariana (MG), cujo rompimento em 2015 resultou em 19 mortes e provocou um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.

A Vale (VALE3) anunciou junto com o balanço do terceiro trimestre acordo no Brasil para pagar R$ 170 bilhões para encerrar processos referentes ao caso.

“As instituições brasileiras são legítimas para resolver questão de Mariana”, afirmou Pimenta.

“O acordo derruba o argumento de advogados (na Grã-Bretanha) de que o assunto não está sendo resolvido de forma ágil no Brasil”, acrescentou.

Segundo Pimenta, o processo britânico lida com compensações para indivíduos, mas só será discutido em 2025.

CEO da Vale minimiza chance de fusões de grande porte

Pimenta e outros executivos também minimizaram as chances de a Vale (VALE3) adquirir alguma rival no mercado.

É difícil fazer uma aquisição agora que faça sentido para os acionistas, disse ele, ressalvando que a empresa pode fazer operações menores.

Enquanto isso, o presidente da unidade de metais pesados do grupo, Vale Metals, Shaun Usmar, reforçou o recado.

“Nossa maior oportunidade está aqui na nossa frente”, disse Usmar, referindo às chances de a Vale aproveitar melhor seu atual portfólio.

Vem dividendo extraordinários da Vale (VALE3)?

Juntamente com o balanço trimestral, a Vale informou que pagou em setembro R$ 8,9 bilhões aos acionistas em juros sobre o capital próprio (JCP).

Pimenta não descartou a hipótese de pagamentos extraordinários de dividendos mais adiante, mas foi econômico nos comentários.

Assim, ele apenas disse que a companhia manterá a política de remuneração a acionistas que vem praticando nos últimos anos.

Em relatório mais cedo na sexta-feira, o BTG Pactual salientou que a Vale (VALE3) não indicou no balanço um pagamento extra de proventos nos próximos dois anos.

Quais são as principais metas da Vale (VALE) agora?

Pimenta ainda sinalizou que a Vale espera concluir as negociações para renovação das concessões das ferrovias EFC (Estrada de Ferro Carajás) e da EFVM (Estrada de Ferro Vitória a Minas). Uma definição deve ocorrer ainda em 2024.

Outro ponto de atenção da companhia ainda para este ano é a redução do chamado custo-caixa do minério de ferro, uma medida de custos.

“Vamos recuperar nossa competitividade em C1 (custo caixa)”, disse o vice-presidente interino de finanças e relações com investidores, Murilo Muller.

“Estamos caminhando para atingir o ponto baixo da previsão de custos (para 2024)”, acrescentou ele.

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