Nubank (NUBR33): ‘Segunda década de vida será muito divertida’, diz Vélez

Fundador avalia que a fintech está bem posicionada para explorar novos produtos e mercados

David Vélez, fundador e CEO global do Nubank. Foto: Ricardo Moraes/Reuters
David Vélez, fundador e CEO global do Nubank. Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O fundador e CEO global do Nubank, David Vélez, afirmou em evento de comemoração de 10 anos da fintech que a segunda década de vida da empresa será “muito divertida”, já que ela está bem posicionada para explorar novos produtos, experiências, verticais e indústrias.

Segundo ele, há 10 anos críticos falam que em algum momento o ritmo de conquista de novos clientes vai desacelerar, mais isso ainda não aconteceu. No último, ano o Nubank atraiu mais de 20 milhões de novos clientes, mais do que os cinco principais incumbentes juntos.

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Guilherme Lago, vice-presidente financeiro do banco, disse que a base seguirá crescendo, mas que não é o objetivo final. “Não somos colecionadores de CPFs, queremos atrair clientes fanáticos.”

Segundo ele, a taxa de ativação (clientes que geraram receita nos últimos 30 dias) segue batendo recordes, em 82,1%, uma das maiores do mundo entre fintechs. Ele também apontou que o Nubank busca aumentar a principalidade do cliente.

Eles consideram que são a conta principal do cliente quando ele transfere mais de 50% da sua renda líquida para o banco. Atualmente, dos 80 milhões de clientes, 57% têm a principalidade no Nubank.

O executivo apontou que hoje os clientes têm em média 3,8 produtos no banco e uma receita média por cliente ativo de US$ 8,6. Em safras mais maduras, ela já chega a quase US$ 22, mas ainda está bem abaixo da média dos bancos incumbentes, que é perto de US$ 40. “Isso significa que temos uma venida de crescimento gigante pela frente”.

Ele apontou que, ao longo da sua vida, o Nubank levantou US$ 4,8 bilhões em capital, e hoje tem um valor de mercado de quase US$ 30 bilhões e mais US$ 2,4 bilhões de caixa excedente. Isso significa que o banco multiplicou o capital dos investidores por 11 vezes.

Youssef Lahrech, presidente do Nubank, ressaltou a disciplina do banco na gestão de risco de crédito e apontou que a inadimplência em cartão no banco é de 5,8%, bem abaixo da média do sistema financeiro, de 8,9%.

“O sistema financeiro brasileiro passa por uma enorme transformação. Hoje com Pix, tokenização, o Brasil está anos à frente dos EUA, da Europa. Nos próximos 10, 20 anos vamos exportar esse revolução e ver que ela começou aqui no Brasil”, comentou.

Cristina Junqueira, fundadora e CEO da operação no Brasil, comentou que em poucas semanas do lançamento, o Nubank abriu mais de 500 mil contas no México. “É um mercado gigante, tem potencial para ser maior que o Brasil para a gente.”

Segundo ela, o banco lançou 25 produtos no ano passado e mais 10 este ano. “Acreditamos muito no consignado, que é o crédito mais saudável e barato, e sabemos que podemos trazer muita inovação nesse mercado.”

‘Maturidade traz mais vantagens’

Ainda no evento, David Vélez afirmou que a maturidade traz mais vantagens do que desvantagens. Segundo ele, muitos dos riscos de negócio que existiam no começo, que eram riscos de vida ou morte, não estão mais lá. Nesse sentido, o desafio agora é focar nas novas oportunidades.

“No fim das contas, a maturidade traz mais vantagens do que desvantagens. A gente sai ganhando. Quase 90% dos problemas que a gente tinha, de conseguir crescer a base, ter financiamento, ter licença bancária, agora não existem mais. Então a maturidade tira muito risco da mesa”, comentou.

“Agora temos atributos, de marca, escala, dados, lucro e talentos que nos permitem pensar para onde avançaremos agora, focar nas oportunidades que essa posição cria para gente”, acrescentou.

Segundo ele, em termos de concorrência o Nubank não investe muito tempo, porque os maiores desafios da maturidade são internos, como manter a agilidade e a cultura à medida que a empresa cresce.

A fundadora e CEO do Nubank no Brasil, Cristina Junqueira, comentou que o banco seguirá inovando e encantando os clientes. “É um privilégio fazer coisas tão interessantes que todos querem copiar. É do jogo, é natural”, destacou.

“Mesmo com centenas de fintechs no Brasil, temos conseguido nos manter à frente, nossa concorrência continua sendo os grandes bancos. Estamos mirando em fazer coisas superinteressantes que todo mundo vai se coçar para copiar mesmo”, prosseguiu.

Segundo ela, algumas frentes em que deve haver novidades são no segmento de alta renda, contas para adolescentes e no marketplace.

Vélez afirmou que o Nubank ainda está no primeiro minuto do primeiro tempo, mesmo no Brasil, onde já tem clientes que são 46% da população adulta. Segundo ele, dos 75 milhões de clientes, cerca de 30 milhões têm a principalidade no Nubank, e o objetivo é chegar a 100%, de um mercado potencial de quase 180 milhões de pessoas.

“Estamos apenas no começo, podemos quintuplicar nossa base no Brasil. Preferimos mirar alto e não chegar do que mirar baixo”, afirmou.

Já Junqueira reforçou o potencial do México, que, apesar de ter uma população bem menor do que o Brasil, “possui um sistema financeiro que está 15, 20 anos atrás do nosso”.

“A penetração de serviços financeiros é muito mais baixa. Aqui no Brasil e penetração de cartão de crédito é 40%, no México é 10%. Então a oportunidade de crescimento de tamanho do mercado é muito maior que no Brasil.”

Vélez comentou que a inteligência artificial generativa será a terceira revolução de plataformas, após a internet e o smartphone. A diferença é que o ritmo de adoção será muito mais rápido.

“A questão da interação com a fala humana vai ser uma grande oportunidade e vai democratizar mesmo o acesso a 100% da população.”

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