Nasdaq brasileira? Conheça a BEE4 e o mercado de acesso de ações
Lançada em 2022, a plataforma dá acesso ao mercado para empresas com faturamento de R$ 10 milhões a R$ 300 milhões por ano
Plamev Pet, Engravida, Mais Mu e Eletron Energia. Guarde bem esses nomes. Elas são as primeiras empresas listadas na BEE4, primeiro mercado brasileiro regido por uma regulação simplificada.
No mercado desde setembro de 2022, a plataforma lista companhias com faturamento anual de R$ 10 milhões a R$ 300 milhões.
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É um nicho que engloba negócios rentáveis e com alto potencial de crescimento, porém dificilmente com recursos para arcar com os elevados custos para ter ações na B3.
A plataforma funciona sob o sandbox, uma regulação simplificada criada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2020 para incentivar a inovação.
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Em vez de grandes bancos e bancas de advogados renomados, o processo é coordenado pela figura do consultor de listagem.
Atualmente, oito instituições exercem esse papel, todas credenciadas na CVM.
Além disso, as ações são convertidas em tokens, representações digitais, que permitem fracionar os ativos em unidades de cerca de R$ 10, alcançando mais investidores de varejo.
Para resolver o problema da possível falta de liquidez, os negócios todos acontecem em um dia da semana, a quarta-feira.
Com isso, a BEE4 – um jogo de palavras com o inglês before (antes) – tenta servir de ponte para ajudar a resolver um problema histórico do Brasil: a falta de acesso de empresas menores ao mercado de capitais.
BEE4: inspiração no exterior
O modelo é inspirado em experiências de mercados como o da Suíça, do Canadá e da bolsa de Londres, explica a cofundadora e presidente da BEE4, Patricia Stille.
Aqui, as ofertas iniciais rondam um valor médio próximo de R$ 10 milhões cada.
Foi a solução de acesso a capital para a operadora de planos de saúde para pets Plamev; a Engravida, de soluções para reprodução assistida e a Mais Mu, de nutrição esportiva.
Em fevereiro, a plataforma deve receber sua quarta empresa, a Eletron, de soluções de eficiência energética.
“Nossa meta é ter mais 11 novas listagens esse ano”, disse Patricia à Inteligência Financeira. Ela declinou de revelar os nomes das empresas.
Mais do que isso, o objetivo é chegar a 100 empresas listadas até 2027.
Assim, esses números ilustram as ambições da BEE4, que tem como sócias a gestora de recursos Solum e a Nuclea, ex-CIP, registradora de ativos.
Acordos
E, ao mesmo tempo em que busca mais companhias interessadas em acessar o mercado, a BEE4 vai ampliando acordos com instituições do mercado.
Assim, num dos mais recentes, a plataforma acertou com o Itaú e a Genial Investimentos para participarem na distribuição de IPOs nos próximos meses.
Essas parcerias pavimentam caminho para a operadora evoluir para operações de valores maiores.
Atualmente, a licença detida pela BEE4 permite que ela canalize ofertas de ações de até R$ 100 milhões.
Segundo Patricia, o objetivo não é concorrer com a B3, que também tem um mercado de acesso, o Bovespa Mais.
“Somos uma solução complementar”, disse ela.
Contudo, a empresa aguarda já uma aprovação da CVM para uma licença definitiva, o que permitiria elevar esse patamar para R$ 500 milhões.
“A Nasdaq começou assim”, complementou ela.
