Molina e Rial serão indicados pela Marfrig para conselho da BRF, diz Valor

O presidente do conselho do Santander Brasil ajudou a Marfrig a sanear finanças no passado

A Sadia é uma das marcas da BRF (Foto: Divulgação)
A Sadia é uma das marcas da BRF (Foto: Divulgação)

Marcos Molina acaba de aprovar no conselho de administração da BRF sua chapa com dez membros para o colegiado, que será eleito em 28 de março em assembleia de acionistas. Com nomes como Sergio Rial, a chapa proposta pela Marfrig quer deixar os conflitos que fizeram história no conselho da BRF no passado. As informações são do Pipeline, o site de informações exclusivas de negócios do Valor Econômico.

A lista enviada pela Marfrig terá o próprio Molina na cabeça de chapa, como presidente do conselho de administração da BRF, e sua mulher, Márcia Marçal dos Santos. Do atual conselho da BRF, somente duas pessoas seguirão. Segundo o Pipeline, Augusto Cruz, que é ex-CEO do Pão de Açúcar (GPA), está na chapa, assim como atual a presidente da Adidas, Flávia Bittencourt.

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Rial, que deixou o cargo de CEO do Santander Brasil recentemente mas segue como chairman do banco, será o vice-presidente do board. Sem as funções executivas no Santander, Rial vem ampliando sua participação em conselhos — ele também foi indicado para a Vibra.

A presença de um nome como Rial no próximo board da BRF dá uma ideia do que a Marfrig está imaginando para a dona da Sadia. O executivo foi o grande responsável por mudar a cabeça de Molina. Quando Rial deixou as finanças globais da Cargill e assumiu o comando da companhia fundada por Molina, a Marfrig convivia com um endividamento excessivo – muitos achavam que o negócio não resistiria. Numa estratégia de saneamento financeiro, Rial vendeu ativos e incutiu em Molina a percepção de que um negócio de commodities só pode funcionar com dívida baixa.

Dentro da BRF, todos sempre souberam – inclusive no atual conselho – o que a Marfrig pensava sobre a alavancagem da dona da Sadia. A visão, compartilhada por analistas, é que o negócio sofria com um endividamento muito alto, e a alta dos juros acabaria dificultando ainda mais as chances de uma retomada do pagamento de dividendos. Além disso, sem dinheiro, a BRF ficaria em posição ruim para competir com a Seara, que tem muita bala na agulha para investir.

A chapa proposta pela Marfrig foi endossada pela BRF, que vai enviar os nomes como a proposta da administração para a assembleia de 28 de março. No board da BRF, a chapa foi aprovada com nove votos. Um conselheiro se absteve. Ao indicar a chapa completa, a Marfrig deixa definitivamente a postura de acionista passiva que anunciou em maio do ano passado, quando montou a posição na BRF.

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